Publicidade

Tempo Real

Juros fecham em leve alta de olho nas medidas tarifárias do novo governo Trump

Em dia sem indicadores relevantes, investidores concentraram as atenções nas falas do republicano

Juros fecham em leve alta de olho nas medidas tarifárias do novo governo Trump
Juros (Foto: Adobe Stock)

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) terminaram o pregão desta terça-feira (21) perto da estabilidade, mas com viés de alta nos vértices intermediários e longos, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicar que o aumento das tarifas prometido em campanha terá como alvo inicial dois dos principais parceiros comerciais do país: Canadá e México.

Num dia sem indicadores ou eventos econômicos relevantes, a fala concentrou as atenções dos investidores e serviu para justificar os movimentos do dia, mas sem alterar o cenário já embutido nas taxas.

Os negócios hoje, segundo Santiago Schmitt, especialista em renda fixa da Manchester Investimentos, foram mais amenos e dominados por operações feitas em intervalos curtos. “Quando tem juros caindo para faixa dos 14%, muita gente realiza e volta a ficar tomado, e a taxa retorna para acima de 15%.”

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“Muito do movimento recente da curva de juros se deve aos próximos passos que a gente vai ter nos Estados Unidos”, disse Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, acrescentando que as propostas de Trump são em grande parte “de cunho protecionista e têm impacto inflacionário”.

Por enquanto, a sinalização de Trump sobre as tarifas ao México e ao Canadá não alterou significativamente o que os investidores vinham esperando em relação ao governo do novo presidente dos Estados Unidos.

As taxas dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries), que voltaram a ser negociadas após um feriado ontem, rodaram abaixo dos níveis vistos na sexta-feira, ainda refletindo a avaliação de que o presidente dos Estados Unidos foi menos agressivo do que se esperava em seus primeiros anúncios sobre a tarifação.

Por aqui, as taxas já haviam recuado levemente ontem pelo mesmo motivo, e hoje devolveram um pouco da queda, mas sem alterar o que havia sido precificado pelos investidores e o cenário previsto para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária, o Copom.
Gean Lima, estrategista e trader de juros e moedas da Connex Capital, mencionou que a previsão para a próxima reunião do colegiado, na semana que vem, ainda é de aumento de 1 ponto porcentual para a Selic, como havia sido sinalizado pelo Copom no final do ano passado. A questão das tarifas nos Estados Unidos, porém, permanecerá no radar daqui em diante.

Publicidade

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2026 caiu a 14,925%, de 14,943% no ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 aumentou a 15,155%, de 15,142%, e a taxa para janeiro de 2029 avançou a 15,020%, de 14,995%.