Os juros futuros fecharam a primeira sessão de 2025 em queda firme, nesta quinta-feira (2). Após quatro altas consecutivas, exceto nas taxas de curto prazo, o acúmulo de prêmios atraiu alguns aplicadores, mas a liquidez foi um pouco menor que o padrão, com muitos players ainda em recesso. O noticiário e a agenda doméstica estiveram esvaziados, o que abriu espaço para alguma volatilidade no dia, mas o que tende a definir mesmo a tendência de curto prazo é o cenário fiscal, permeado pela crise das emendas parlamentares e de governabilidade.
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A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu de 15,44% no ajuste de segunda-feira para 15,14%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa de 15,61%, ante 15,95% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 encerrou com taxa de 15,38%, de 15,75%.
As taxas chegaram ao fim do dia com queda entre 30 e 40 pontos-base, longe de devolver tudo o que subiram nas últimas quatro sessões, no caso dos vencimentos de médio e longo prazos. O DI para janeiro de 2027 avançou cerca de 80 pontos e o janeiro de 2029, em torno de 100 pontos, no período.
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Enquanto as taxas curtas estiveram em baixa durante toda a quinta-feira, as longas chegaram a subir pela manhã, acompanhando o aumento da pressão no câmbio, com o dólar tocando máxima em R$ 6,22. À tarde a moeda inverteu o sinal e passou a cair, fechando em R$ 6,1625 (-0,29%).
Apesar do cenário inflacionário e fiscal pressionados, o mercado encontrou hoje espaço para uma correção parcial. “Pode ser que com a virada de ano o pessoal esteja disposto a tomar mais risco. A curva como um todo está com muito prêmio, em algum momento teria que comer um pouco dessa taxa”, afirmou o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi.
Para o economista da Meraki Asset Rafael Ihara, o mercado de juros teve uma “volatilidade estranha hoje”, mas diz que no geral, há uma decepção com a ausência de novas medidas fiscais. “Segue o impasse das emendas, que só deve ser pacificado na reforma ministerial”, prevê.
Ontem (1º), a novela das emendas teve mais um capítulo. O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, negou um pedido do partido Novo para bloquear repasses do governo Lula à Saúde, classificados como despesas obrigatórias – as quais, segundo o partido, estariam sendo usadas “indevidamente, visando compensar perdas parlamentares decorrentes da suspensão” das emendas de relator e de comissão – espólio do orçamento secreto.
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No exterior, a agenda foi permeada por sinais de fraqueza da atividade emitidos por PMIs nos EUA, Europa e China, que reforçaram a expectativa por medidas de estímulo da economia, seja pelo lado fiscal ou monetário.