As taxas dos títulos de renda fixa americanos (Treasuries) recuam no exterior nesta quinta-feira (12), em meio à cautela do investidor depois que a embaixada dos EUA em Bagdá emitiu alerta nível 4, desaconselhando totalmente viagens ao Iraque devido a ameaças de terrorismo. No Brasil, as taxas de juros, que já mostravam desconforto com o quadro fiscal a uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), hoje não devem ter espaço para recuos significativos.
A quinta-feira começou mais movimentada, contando com tensões aumentadas no Oriente Médio, publicação da medida provisória (MP) das novas medidas fiscais e a divulgação dos dados de vendas no varejo em abril, entre outros pontos que interferem nos mercados.
A MP publicada na quarta-feira (11) à noite trouxe essencialmente o teor que já era conhecido por todos, mantendo as atenções nas negociações no Congresso, que pode apresentar resistência a algumas das medidas fiscais. O pacote tem previsão de arrecadar R$ 10 bilhões em 2025 e R$ 20 bilhões em 2026, abaixo das estimativas anteriores.
“Algumas medidas do lado das despesas foram colocadas, como a inclusão do programa Pé-de-Meia no piso constitucional da Educação e novos critérios para a concessão do Seguro Defeso. Assim, o debate começa a avançar na direção dos gastos, o que é positivo”, diz Silvio Campos Neto, economista-sênior e sócio da Tendências Consultoria.
Apostas para os juros do Copom
Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as vendas no varejo brasileiro recuaram 0,4% em abril na comparação com o mês anterior e subiram 4,8% sobre um ano antes.
A poucos dias da reunião do Copom, as apostas em elevação da taxa de jurosSelic voltaram a crescer na quarta-feira (11), mais pela incerteza no cenário fiscal do que por indicadores econômicos. Ao final da tarde, as estimativas de alta de 0,25 ponto porcentual estavam em 68%.