O mercado de juros opera nesta sexta-feira (27) atento a diversos vetores. Entre os destaques, está a deflação acima do esperado do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho, divulgada mais cedo, e os dados da Pnad Contínua referentes ao trimestre encerrado em maio. Também ganham peso as falas de autoridades econômicas, como o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, e o secretário de Política Econômica da Fazenda, Guilherme Mello, que participam hoje de evento público, além das reuniões trimestrais do BC com economistas.
No exterior, o humor melhora com os sinais de avanço nas negociações comerciais entre EUA, China e União Europeia, o que impulsiona os rendimentos dos títulos de renda fixa americanos (Treasuries) antes da divulgação do índice de inflação PCE de maio (9h30), referência central para o Federal Reserve. A agenda norte-americana também traz o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan (11h). Enquanto isso, o dólar cede frente a moedas de países emergentes como o peso mexicano, o rublo e a rupia, ajudando a amenizar a pressão sobre a curva de juros local.
Na quinta-feira (27), as taxas fecharam em queda após o IPCA-15 de junho vir abaixo das expectativas, reforçando a leitura de moderação inflacionária, embora o Relatório de Política Monetária (RPM) do BC tenha mantido o tom conservador. O alívio foi mais expressivo nos vencimentos intermediários da curva.
O IGP-M registrou deflação de 1,67% em junho, após queda de 0,49% em maio. O resultado veio abaixo do piso das estimativas da pesquisa Projeções Broadcast, que apontava deflação mínima de 1,20%. No acumulado de 12 meses, o indicador sobe 4,39%, enquanto no ano, acumula queda de 0,94%.
Já no setor de serviços, o ambiente de inflação ainda elevada e juros altos impactou negativamente as expectativas. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 1,2 ponto em junho, a 90,7 pontos, com ajuste sazonal. A média móvel trimestral do índice recuou 0,7 ponto, marcando o segundo mês seguido de deterioração.