Tempo Real

Juros sobem, dando sequência ao movimento de realização de lucros

Fatores internos e a piora do ambiente externo ampliou o fôlego de avanço das taxas

Juros sobem, dando sequência ao movimento de realização de lucros
(Foto: Envato Elements)

Os juros futuros fecharam a sessão em alta nesta terça-feira (21), dando sequência ao movimento de realização de lucros iniciado ontem (20). Fatores internos pesaram na primeira parte dos negócios e à tarde a piora do ambiente externo ampliou o fôlego de avanço das taxas. Os rendimentos dos títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano (Treasuries) de longo prazo se firmaram em alta, assim como o dólar se fortaleceu, com a mensagem da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e um leilão de títulos pelo Tesouro americano com demanda abaixo da média.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,575%, de 10,475% ontem, e o DI para janeiro de 2026 avançou a 10,33%, de 10,19% ontem. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 10,45% (de 10,31% ontem) e a do DI para janeiro de 2029 subiu de 10,71% para 10,84%.

Até o meio da tarde, o noticiário local era fator determinante a conduzir a curva. Mais Estados decidiram elevar a alíquota modal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para garantir maior receita na distribuição do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), o que pressionou não somente o DI mas também as taxas de inflação implícita das NTN-B no mercado secundário.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

“Isso traz mais incerteza para o quadro inflacionário”, explica o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano. “Enquanto a decisão se restringia a Estados do Nordeste, o impacto não era tão grande, mas agora vemos outros, mais parrudos, em processo de adesão”, explica.

Após o Rio Grande do Sul ter proposto aumentar a alíquota de 17% para 19,5%, outros cinco Estados das regiões Sul e Sudeste seguiram o mesmo caminho, conforme carta assinada pelos secretários da Fazenda de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná, além do próprio Rio Grande do Sul. O texto indica ainda que os Estados do Centro-Oeste devem seguir pelo mesmo caminho.

A partir do meio da tarde, as taxas locais renovaram máximas alinhadas ao fortalecimento do dólar e à consolidação dos rendimentos dos Treasuries longos em alta. O impulso veio inicialmente do leilão de US$ 15 bilhões em títulos atrelados à inflação (Tips) de 10 anos realizado pelo Tesouro dos Estados Unidos, que teve demanda abaixo da média, e depois da leitura da ata do Fed, cujo tom foi considerado levemente hawkish.

No documento, os dirigentes reforçaram a necessidade de manter a política restritiva por algum tempo e que é necessário haver mais provas de que a inflação esteja caindo a 2%, sugerindo que um alívio ainda deve demorar.

Para o economista-chefe da Traad, Leonardo Cappa, a ata deixa claro que um ciclo de corte de juros não está no horizonte de curto prazo da instituição e a precificação da curva, que mostra 59% de chances de queda em maio, é otimista. “A barra para reduzir juros no primeiro trimestre é alta. Para o Fed indicar quando vai começar a cortar, é necessário que os núcleos de inflação estejam abaixo de 3%”, avalia. O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês), em 12 meses, em outubro ficou em 4%.

Publicidade

Para ele, a curva local tem espaço para uma correção, considerando o expressivo alívio nos prêmios visto na semana passada, que levou o mercado a precificar Selic terminal abaixo de 10,00%. “Depois desse rali, o mercado cansou um pouco”, comentou.

Os eventos em Brasília foram monitorados, em especial a reunião do presidente Lula com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em meio a ruídos de pressão para sua saída. No fim da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o propósito do encontro foi tratar do cronograma de investimentos.

Já a votação do projeto de lei de taxação das offshores e dos fundos exclusivos foi adiada para amanhã na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), após concessão de pedido de vista.

Web Stories

Ver tudo
<
Confira quais são as 10 ruas mais caras do Brasil
PowerBall: como participar da loteria dos EUA de maneira legal
Como comprar ações da Apple? Veja o passo a passo
Dinheiro esquecido: confira o passo a passo para realizar saque
Bets: uso do Bolsa da Família ainda é permitido. Entenda o porquê
Cid Moreira queria deserdar filho da herança; isso é possível?
5 cidades globais com maior risco de bolha imobiliária: você vive em alguma delas?
Eleições 2024: quem é o candidato a prefeito mais rico de São Paulo?
CIN: o que é e quanto custa a nova carteira de identidade nacional?
5 passos para solicitar sua aposentadoria direto pelo app do Meu INSS
Quanto custa se hospedar no melhor hotel da América do Sul?
Verdadeira identidade do criador do Bitcoin pode finalmente ser revelada; entenda
>