Os rendimentos dos Treasuries reduziram queda no final da tarde, depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afastou a chance de corte de juros em março, logo após a decisão da autoridade monetária. Ainda assim, os rendimentos seguiram com viés de baixa, após dado sugerir arrefecimento do emprego nos EUA e diante de menor temor quanto ao fiscal americano.
Leia também
No fim da tarde em Nova York, o retorno da T-note de 2 anos caía a 4,221%, o da T-note de 10 anos baixava a 3,953% e o do T-bond de 30 anos cedia a 4,194%.
Powell reforçou que, para começar o alívio monetário, o Fed precisa ter confiança de que a inflação está caindo sustentadamente em direção à meta de 2%. “Não creio que seja provável que o Comitê alcance um nível de confiança até março”, afirmou.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O comentário reverteu parte da pressão que havia empurrado os rendimentos dos títulos públicos americanos às mínimas do dia um pouco antes. Na curva futura, a probabilidade de o banco central manter a taxa básica entre 5,25% e 5,50% cresceu consideravelmente e agora supera os 60%, de acordo com o monitoramento do CME Group.
Para o ING, a decisão de hoje deixa maio como o mês mais provável para começo do processo de afrouxamento. Na visão dele, até lá, a inflação de serviços já estará em um patamar consistente com os objetivos do Fed. “Se a economia entrar num período mais conturbado e a Fed precisar de passar para um território ‘estimulador’, há margem para cortes muito mais profundos do que prevemos”, avalia.
Neste cenário, o sinal negativo ainda predominava nos retornos da renda fixa, apesar da tentativa de recuperação. Mais cedo, o relatório ADP havia indicado crescimento de 107 mil empregos no setor privado dos EUA em janeiro, menos do que analistas esperavam.
Em seguida, ainda pela manhã, o anúncio do Tesouro dos EUA sobre o planejamento trimestral para Leilões de Treasuries intensificou a queda dos retornos. O órgão disse que vai oferecer US$ 121 bilhões em títulos de 3, 10 e 30 anos para financiar cerca de US$ 105 bilhões de bônus em mãos privadas que vencem até 15 de fevereiro.
Publicidade
