As ações da Lojas Renner (LREN3) têm enfrentado uma pressão significativa, registrando uma queda de -13% no acumulado deste ano e -19% nos últimos 12 meses, em comparação com o Ibovespa, que apresentou variações de -3% e +22%, respectivamente. Contudo, o JPMorgan acredita que os resultados de curto prazo, com melhores tendências no Brasil, podem ser um catalisador potencial para as ações e avalia que há um equilíbrio favorável entre risco e recompensa para os investidores de Renner.
Leia também
Mesmo após cortes substanciais de 20% nas expectativas de lucro por ação, devido a desafios no segundo semestre, consumo ainda fraco e mudanças na subvenção do imposto de renda, o banco observa uma notável desvalorização no valuation da empresa. Atualmente, a casa vê a empresa negociada a 13x e 11x a relação entre preço e lucro (P/E) estimado para 2024 e 2025, respectivamente, em comparação com 20x no passado recente, representando um desconto de 25% em relação aos concorrentes globais, enquanto anteriormente mantinha um prêmio.
Assim, o JP Morgan elevou o preço-alvo de Renner de dezembro de 2024 para R$ 17 por ação (12,3% acima do último fechamento), refletindo uma menor taxa de custo de capital (13% versus 14%), e reiterou a recomendação overweight (equivalente a compra).
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
O banco destaca que, embora as referências históricas não devam ser o único critério de avaliação, os níveis atuais também não refletem melhorias sequenciais nas tendências subjacentes. Ressalta ainda que as vendas mesma loja (SSS) no Brasil estão provavelmente acima das expectativas, indicando melhores tendências de rentabilidade em 2024. “O impacto das operações na Argentina, embora pequeno (menos de 2% das vendas), pode distorcer as cifras consolidadas da empresa devido à hiperinflação no país”, diz o relatório.
A SSS consolidada estimada para o quarto trimestre de 2023, considerando os efeitos da Argentina, é de 7,4%, com um impacto negativo de 2 a 3 pontos porcentuais. Isso sugere que as operações brasileiras estão superando as expectativas do mercado, alcançando uma faixa de crescimento de dois dígitos, de acordo com JP Morgan.
Os analistas da casa ressaltam, por fim, que apesar das complexidades contábeis causadas pela hiperinflação na Argentina, as tendências fundamentais no Brasil são positivas. O JP Morgan acredita que os resultados de curto prazo, com melhores tendências no Brasil, podem ser um catalisador potencial para as ações. As estimativas do banco foram ajustadas para refletir o impacto da Argentina e remover a subvenção do ICMS, resultando em uma redução de 13% e 12% nos lucros estimados para 2024 e 2025.