M. Dias Branco (MDIA3) é a empresa brasileira líder na fabricação e comercialização de biscoitos, massas, farinha de trigo, margarinas e gorduras vegetais (Imagem: Freepik)
O Citi manteve o preço-alvo da fabricante de alimentos M. Dias Branco (MDIA3) em R$ 31 por ação e recomendação neutra, apesar do crescimento abaixo esperado da companhia no terceiro trimestre deste ano. Nesta segunda-feira (10), as ações operam em forte queda na Bolsa de Valores – veja aqui.
“Mantemos nossa recomendação neutra, observando se os ganhos de participação de mercado podem coexistir com a recuperação sustentada das margens, à medida que a deflação de custos (com trigo) se reflete com alguma defasagem”, afirmam os analistas do banco, em relatório divulgado hoje.
Na análise do Citi, o crescimento da companhia no período foi abaixo do esperado, “com dificuldades”. “A M. Dias apresentou um 3T25 misto: receita acima do esperado, rentabilidade abaixo do esperado“, apontam os analistas, embora afirmem que a rentabilidade da fabricante de alimentos está se recuperando.
No terceiro trimestre deste ano, a receita líquida da M. Dias avançou 15,8% em comparação com igual período do ano passado, alcançando R$ 2,794 bilhões. O avanço foi puxado pelo crescimento no volume de vendas e do preço médio dos produtos.
“A receita líquida aumentou 15,8% ano contra ano a 2,2% trimestre contra trimestre para R$ 2,79 bilhões, com volume 15,2% maior ano contra ano, a 483 mil toneladas, mas a normalização sequencial de preços e ainflação do óleo de palma pressionaram as margens, resultando em lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 318 milhões, abaixo de nossa estimativa de R$ 382 milhões e da estimativa do mercado de R$ 382 milhões”, observaram os analistas.
O lucro líquidoda M.Dias atingiu R$ 216,1 milhões no terceiro trimestre deste ano, 73,3% maior na comparação com igual período do ano passado. O Ebitda atingiu R$ 10,1 milhões, alta de 39% frente ao terceiro trimestre de 2024. A margem Ebitda ficou em 11,4%, ante 9,3% um ano antes.
A alavancagem(relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou negativa em 0,6 vez, ante zero vez em igual período de 2024, informou a companhia. O Citi destacou ainda a geração de caixa da companhia no período de R$ 530 milhões.
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“A fragilidade da margem bruta refletiu um aumento de aproximadamente 17% no preço do óleo de palma em dólares em relação ao ano anterior, parcialmente compensado por uma queda de aproximadamente 13% no preço do trigo em dólares em relação ao ano anterior e pela queda de 3,2% no preço médio de venda em relação ao trimestre anterior, à medida que a empresa se concentrava na recuperação comercial. Os custos subiram para 72,0% da receita, ante 71,6% no segundo trimestre”, destacaram os analistas do Citi.
Riscos para a ação MDIA3
O banco afirmou ainda que outro destaque positivo do trimestre veio do forte avanço dos volumes no período, de 15,2% na comparação anual, em virtude de ações de distribuição e comércio.
Por fim, a instituição financeira afirma que os principais riscos para o preço-alvo das ações da MDIA3 incluem a volatilidade das commodities, o desempenho dos preços e a alavancagem operacional impulsionada pelo volume.
“O risco mais significativo para nossas estimativas é a precificação das commodities. Aumentos ou quedas acentuadas nos preços de trigo, açúcar ou óleo de palma podem impactar materialmente as margens”, apontou o banco. A precificação dos produtos também pode afetar receita e rentabilidade da M. Dias Branco (MDIA3) , conforme o Citi.