As ações da M. Dias Branco (MDIA3) figuram entre as principais baixas da Bolsa de Valores brasileira nesta segunda-feira (11). Fora do Ibovespa, os papéis da empresa cedem 8,39%, cotados a R$ 23,14, às 14h, depois de atingirem máxima a R$ 22,99 e mínima a R$ 21,86. O movimento negativo ocorre em reação ao balanço do terceiro trimestre da companhia.
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No período, a M. Dias Branco apresentou lucro líquido de R$ 124,7 milhões, resultado 51,9% menor na comparação com igual intervalo de 2023, quando a empresa reportou lucro líquido de R$ 259 milhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu R$ 228,9 milhões, recuo de 48,1% frente aos R$ 440,7 milhões do terceiro trimestre do ano anterior.
A margem Ebitda ficou em 9,5%, ante 16,1% no mesmo período de 2023, queda anual de 6,6 pontos porcentuais. A alavancagem da empresa (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em zero, ante 0,3 vez negativa reportada em igual intervalo do ano passado.
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Já a receita líquida cedeu 12,1% na mesma base comparativa, alcançando R$ 2,404 bilhões, ante R$ 2,735 bilhões do terceiro trimestre de 2023. Pesaram sobre a receita da companhia, o recuo de 6,6% no preço médio dos produtos na comparação anual do período combinado com a queda de 6,9% no volume comercializado.
Na opinião da XP Investimentos, o balanço da M. Dias Branco veio fraco. Enquanto o Ebitda ficou 31% abaixo das estimativas da corretora, a receita líquida foi 10% inferior ao número projetado pela casa. O resultado negativo, para a XP, pode ser explicado por uma dinâmica de preços errática, juntamente com um ambiente competitivo mais acirrado, que levou a companhia a perder participação de mercado no trimestre. Preços de commodities mais altos também afetaram a empresa, assim como os menores custos e diluição das despesas SG&A (despesas administrativas, de vendas e gerais) devido ao volume comercializado mais fraco.
“Em meio a um real mais desvalorizado, aumento nos preços das commodities (particularmente do óleo de palma) e sem resposta nos preços, reforçamos nossa postura negativa em relação à tese de investimentos”, ressalta a casa, que tem recomendação neutra para o papel e preço-alvo de R$ 31,30.
O BTG Pactual também enxerga que os resultados trimestrais da companhia foram decepcionantes. “Após entregar uma recuperação de margem muito bem-vinda desde o ano passado, quando os custos de matéria-prima começaram a diminuir, o terceiro trimestre de 2024 marcou uma queda súbita e inesperada tanto para margens quanto para volumes”, afirma o banco em relatório. “Nosso sentido inicial é que a reação inicial dos investidores não será leve”, complementa.
Além dos resultados, a empresa apresentou várias iniciativas para melhorar a eficiência e produtividade, incluindo a consolidação da equipe comercial em uma única unidade nacional, a reorganização da força de trabalho com o corte de aproximadamente 850 posições internas e terceirizadas, a revisão da política de preços, a criação de uma equipe dedicada exclusivamente ao serviço de alimentação e o fortalecimento das exportações.
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“Do jeito que a M. Dias Branco coloca, parece que grande parte do erro do terceiro trimestre veio de desarranjos internos. O ganho de preço trimestral e a magnitude da queda de volume sugerem que algo estava errado. Mas a empresa traz pouca esperança no curto prazo, pelo menos quanto às ações que poderiam reverter isso em termos de estratégia e execução”, destaca o BTG.
O banco, que tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25 para a ação da M. Dias Branco, reforçou ainda que está mantendo sua “visão cautelosa de longa data sobre as ações”. Agora prevê para 2024 e 2025 um Ebitda de R$ 1,1 bilhão e R$ 1,26 bilhão, respectivamente (35% e 27% abaixo das suas estimativas anteriores), com margens de 11,2% e 12,3%. Já as projeções de de lucro líquido agora estão em R$ 566 milhões para 2024 e R$ 617 milhões para 2025.