Após o crescimento de 0,8% registrado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) em março, a MAG Investimentos avalia que o PIB do primeiro trimestre, hoje estimado em 2,0% pela casa, pode chegar a um número próximo de 3,0%, segundo o economista da casa Felipe de Oliveira, que está revisando o número. A estimativa da MAG para o PIB de 2023 também deve ser subir para um número entre 1,5% e 2,0%, segundo o analista.
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O resultado do varejo restrito superou o teto das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,5%. A mediana das projeções apontava para queda de 0,2% na margem. No conceito ampliado, que apresentou alta de 3,6%, o resultado do mês também superou o teto das estimativas, que era de alta de 1,0%, com mediana negativa de 0,5%.
Os números do comércio varejista surpreenderam a MAG, que esperava quedas de 0,9% no varejo restrito e de 0,5% no varejo ampliado. Oliveira avalia que o número acima do esperado vindo do varejo ampliado está relacionado ao comportamento de atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, que cresceu 5,6% na variação interanual. “Esse grupo é relativamente novo, então, estamos na curva de aprendizado para aprender a modelá-lo”, diz o economista.
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Para Oliveira, uma surpresa da leitura da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) veio da expansão de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que cresceu 0,7% em relação a fevereiro e 6,8% na variação interanual. O resultado chamou a atenção do economista tendo em vista a variação elevada que o item perfume apresentou na leitura de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com alta de 5,88% nos preços.
Apesar do resultado acima do esperado do varejo em março, Oliveira não mudou a perspectiva para o ano de um desempenho enfraquecido do comércio varejista, com diferentes vetores negativos do cenário macroeconômico puxando os números do setor para baixo no ano.
“Estamos com perspectiva de desemprego crescendo no segundo semestre e temos um juro médio acima do que o mercado está vendo, além da própria desaceleração natural da atividade. Imaginamos que o comércio vai ser um detrator de crescimento pelos juros elevados e pelo mercado de trabalho menos pujante”, afirma o economista. Além desses vetores, Oliveira também atenta para outro vetor negativo: o canal de crédito mais fechado para o varejo, em virtude da inadimplência crescente e maior utilização de crédito de emergência por parte das famílias.
A MAG espera queda “marginal” para o varejo ampliado este ano e crescimento em torno de 0,5% para o varejo restrito no ano, resultado que considera “pouco pujante”.
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