As ações do Magazine Luiza (MGLU3) abriram o pregão desta quarta-feira (31) em alta em busca de correção após recuarem 1,07% ontem. Por volta das 10h30 (de Brasília), os papéis da companhia subiam de 1,99%, a R$ 11,30. O dia é marcado pelas expectativas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve divulgar a definição da taxa básica de juros da economia, a Selic, na noite de hoje, e que pode impactar a operação da varejista.
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A expectativa do mercado é de manutenção da taxa básica de juros em 10,50% ao ano. Segundo informações do Broadcast, o comunicado do BC deve vir em um tom duro para alertar o governo sobre uma provável alta de juros. Essas informações impactam a companhia e acabam mexendo diretamente com o preço das ações.
Na visão de Hudson Bessa, professor de finanças e mercado financeiro da FIPECAFI, a varejista depende de muito de crédito para financiar as suas comprar e as suas vendas, já que, com a taxa de juros em um patamar elevado, isso dificulta a venda e a receita das empresas.
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Para Bessa, algumas companhias do setor fizeram dívidas para investir no marketplace. Na época, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que mede o juros que a empresa deve pagar pelo empréstimo, estava em 2% ao ano em média. Hoje o CDI está perto de 10,50%.
“Por causa disso, as empresas estão com uma despesa financeira alta por causa do endividamento. Do lado da receita, a receita não se realiza, visto que a taxa de juro está a alta e prestação dos produtos para os consumidores ficam altas também, o que atrapalha as vendas de empresas como o Magazine Luiza (MGLU3)“, aponta Hudson Bessa.
Ele lembra ainda que a queda das taxas de juros devem demorar para acontecer. Isso porque o risco Brasil está elevado no momento devido à questão fiscal e a “batalha entre o presidente Lula e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto”.
Magazine Luiza pode voltar a pagar dividendos?
O Magazine Luiza (MGLU3) não paga dividendos aos seus acionistas desde o dia 06 de maio de 2022. Na data, a companhia pagou R$ 100 milhões em juros sobre o capital próprio. Desde então, a varejista não distribuiu mais parte dos seus lucros aos acionistas, mas poderá voltar a pagar caso encerre 2024 com lucro.
Segundo o estatuto do Magazine Luiza, a distribuição dos proventos está condicionada à existência de lucros. Caso a empresa feche o ano no azul, ela tende a distribuir no mínimo 15% do lucro líquido do exercício, ajustado nos termos do artigo 202 da Lei das Sociedades por Ações.
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Em entrevista ao E-Investidor, o CFO da varejista, Roberto Belissimo, disse em fevereiro que a empresa pode pagar proventos a partir de 2025. O dinheiro pago no próximo ano seria justamente referente ao possível lucro que a empresa pode ter neste ano. De modo geral, as estimativas para esse ano estão positivas. No primeiro trimestre de 2024, a empresa reportou um lucro de R$ 27,9 milhões.
À época do último dividendo distribuído, o número foi o equivalente a R$ 0,0154942583 por ação. O valor do provento foi referente ao resultado financeiro de 2021, quando a companhia encerrou o ano com um lucro líquido de R$ 114,2 milhões.
Desde então, o Magazine Luiza (MGLU3) não pagou dividendos aos seus acionistas. O não pagamento de proventos acontece pelo fato de a empresa ter encerrado 2022 e 2023 com prejuízo. Em 2022, a varejista teve um prejuízo de R$ 499 milhões. A perda disparou 96,2% em 2023 e chegou a R$ 979,1 milhões.