O balanço da Marcopolo (POMO4) referente ao primeiro trimestre de 2025, divulgado na última terça-feira (29), foi considerado negativo por analistas do mercado. No período, a empresa reportou o lucro líquido de R$ 234,1 milhões, o que representa uma redução de 23,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024. Apesar das avaliações, as ações da companhia estão entre as maiores altas do Ibovespa hoje, nesta quarta-feira (30), e avançam 4,22%. Motivo: existem perspectivas positivas para os próximos meses do ano da Marcopolo.
Apesar de a administração da empresa já vir sinalizando que os números do balanço deveriam mostrar uma piora, alguns dados vieram ainda mais fracos do que o esperado pelo mercado, afirmou o Bradesco BBI. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação), por exemplo, totalizou R$ 262 milhões, uma queda de 16,9% ante um ano. Segundo a Marcopolo, o resultado foi afetado negativamente pelo mix de vendas no mercado doméstico associado à sazonalidade e às férias coletivas, bem como pela menor alavancagem operacional.
“O Ebitda ainda ficou 12% abaixo da estimativa da Bloomberg. A margem Ebitda ficou em 15,6%, substancialmente abaixo dos 19% do primeiro trimestre de 2024 e provavelmente pior do que os analistas do lado comprador estavam antecipando”, afirmaram os analistas Gabriel Rezende, Daniel Gasparete e Pedro Tineo, do BBI.
Já o Citi avalia que o desempenho do mercado interno foi pior do que o das exportações, e o segmento urbano também teve uma comparação difícil, já que o primeiro trimestre de 2024 foi impulsionado pela licitação do BRT no Rio de Janeiro. A receita líquida, por exemplo, veio 13% abaixo da previsão do banco (empresa registrou R$ 1,677 bilhão), enquanto a margem bruta de 22,9% no trimestre veio 7 pontos percentuais inferior ao esperado pelo banco.
Sobre o lucro líquido, o Citi destaca que o resultado ficou em linha com o consenso, uma vez que se beneficiou da queda do dólar americano de R$ 6,2 no fim do quarto trimestre de 2024 para R$ 5,7 no primeiro trimestre deste ano, levando a empresa a comercializar sua dívida externa positivamente. Analistas também ressaltam que a Marcopolo já sinalizou que o mix de vendas deve melhorar no próximo trimestre, enquanto os volumes também devem crescer.
“Isso pode implicar alguma recuperação da lucratividade, impulsionada pela maior alavancagem operacional e pela diluição dos custos fixos. As operações internacionais também apontam para melhorias em termos de volumes e lucratividade para o ano fiscal de 2025”, avalia o Citi.
Analistas do Safra completam que os resultados do primeiro trimestre da Marcopolo não refletem a dinâmica do ano, pois foram influenciados por uma forte base de comparação com o primeiro trimestre de 2024, quando a empresa não interrompeu as operações para o feriado de fim de ano e apresentou um mix de ônibus anormalmente pesado”. Em relatório, os analistas Luiza Mussi e Luiz Peçanha afirmam que a expectativa é de melhores resultados ao longo do ano.
Vale a pena comprar ações da Marcopolo agora?
Os três bancos mantiveram a sua recomendação de compra para as ações da Marcopolo. O Citi tem o preço-alvo de R$ 10, o que representa um potencial de alta de 45,3% ante o fechamento da última terça-feira (29). Já o Bradesco BBI possui o preço-alvo de R$ 10,50. Para completar, o Safra reitera o preço-alvo de R$ 10,40, o que representa um potencial de valorização de 95,8%.