Mercado dos EUA já viu US$ 10 trilhões evaporarem desde início de governo Trump

Por Beatriz Rocha

07/04/2025 | 20:32 Atualização: 07/04/2025 | 20:32

Empresas americanas já perderam quase US$ 10 trilhões em valor de mercado desde posse de Trump. Foto: Adobe Stock

O mercado de ações americano enfrenta uma onda de perdas trilionárias desde o início do governo de Donald Trump. Segundo levantamento de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, o valor de mercado das empresas listadas nos Estados Unidos encolheu US$ 9,9 trilhões entre 20 de janeiro e esta segunda-feira (7).

A retração foi puxada principalmente pelas companhias fora do seleto grupo das Sete Magníficas, as gigantes de tecnologia dos EUA. Juntas, Apple (AAPL), Microsoft (MSFT), Amazon (AMZN), Nvidia (NVDA), Alphabet (GOOGL), Meta (META) e Tesla (TSLA) perderam US$ 4,2 trilhões em capitalização de mercado no período, enquanto as demais empresas listadas viram seu valor de mercado encolher em US$ 5,7 trilhões.

Apenas nos três pregões seguintes ao anúncio das tarifas de Trump, o tombo foi de US$ 6,2 trilhões entre as companhias americanas. Antes da apresentação das medidas, as Sete Magníficas valiam juntas US$ 15,288 trilhões. Agora estão cotadas a US$ 13,486 trilhões. As demais empresas dos EUA passaram de US$ 41,712 trilhões para US$ 37,291 trilhões entre a última quarta-feira (2) e esta segunda-feira. Confira:

Pregão de hoje foi marcado por volatilidade

Enquanto as Bolsas na Ásia e na Europa fecharam o dia em queda, em Wall Street os índices de ações enfrentaram instabilidades nesta segunda-feira. Pela manhã, Nasdaq chegou a subir 4% na esteira de notícias de que Trump estaria avaliando suspender por 90 dias as tarifas aplicadas a todos os países, exceto para China. As falas foram atribuídas a Kevin Hassett, do Conselho Econômico Nacional dos EUA. Como a Casa Branca negou a informação, rapidamente as Bolsas voltaram a cair.

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Ao longo da tarde, os índices oscilaram entre perdas e ganhos. No final do pregão, Nasdaq encerrou em alta de 0,10%, enquanto o Dow Jones cedeu 0,91% e o S&P 500 teve ligeira desvalorização de 0,23%.

“A volatilidade durante a guerra comercial está elevada e nesses momentos são ‘normais’ esses solavancos, com o mercado reacendendo suas projeções, mas com alto grau de especulação”, afirma Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter.

As Sete Magníficas conseguiram recuperar juntas US$ 32 bilhões em valor de mercado apenas neste pregão, o primeiro alívio após uma sequência de quedas acentuadas. Entre as empresas do grupo, Tesla recuou 2,56%, enquanto Apple caiu 3,67% e Microsoft cedeu 0,55%. Por outro lado, Amazon, Nvidia, Meta e Alphabet subiram 2,49%, 3,61%, 2,28% e 0,79%, respectivamente.

Amaral explica que as Bolsas dos EUA sofreram perdas menores hoje do que outros índices globais, como os europeus e os asiáticos. No Japão, o indicador Nikkei chegou a recuar 7,83% e a acionar o mecanismo de circuit breaker, que interrompe as negociações para proteger investidores em quedas muito bruscas ou atípicas.

“Nos Estados Unidos, as ações de semicondutores corrigiram parte das fortes quedas já ocorridas no ano, no mês e na semana passada. Por outro lado, papéis da indústria norte-americana sofreram mais com o cenário de incerteza global”, destaca o especialista em renda variável do Inter sobre o efeito das tarifas de Trump nos mercados.

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