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Mercado Pago cria plataforma de investimento com produtos a R$ 1,00

Mercado Livre vai investir R$ 17 bilhões no Brasil, dos quais "parte significativa" vai para o Mercado Pago

Mercado Pago cria plataforma de investimento com produtos a R$ 1,00
O Mercado Pago é a carteira digital do Mercado Livre. Foto: REUTERS/Agustin Marcarian

Depois de atrair um milhão de investidores para criptomoedas em três meses, o Mercado Pago, fintech de pagamentos e serviços financeiros do Mercado Livre, está desenvolvendo uma plataforma de investimentos e também vai ampliar a oferta de produtos bancários. Planeja até pintar as tradicionais vans amarelas de entrega do grupo de azul, a cor da fintech, e anunciar produtos bancários nas laterais dos veículos.

Com 34 milhões de usuários únicos e 12 milhões de vendedores, incluindo aqui os números do Mercado Livre, o Mercado Pago começa nas próximas semanas a oferecer o saque por meio do Pix com potencial de chegar a 14,5 mil lojistas pelo Brasil. Inicialmente, o saque será colocado na rede da Kangu, plataforma de entregas que o Mercado Livre comprou em 2021, que tem pontos de coleta no Brasil. O potencial aqui é chegar a 2,8 mil estabelecimentos. Em um segundo momento, será possível fazer depósitos também nestes pontos.

Esta semana, o Mercado Livre anunciou que vai investir R$ 17 bilhões no Brasil em 2022, dos quais “parte significativa” vai para o Mercado Pago. O vice-presidente da fintech, Tulio Oliveira, contou hoje a jornalistas que os recursos serão usados em marketing, logística e tecnologia, incluindo com contratações. No ano passado, a equipe de tecnologia dobrou. Só para Mercado Pago, há uma equipe de 500 pessoas em TI no Brasil.

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Sobre as novas regras do Banco Central, que passou a exigir maior reserva de capital de fintechs e empresas de pagamentos, Oliveira disse que não há impacto significativo no Mercado Pago no curto prazo. Mas, à medida que as operações de crédito forem crescendo, pode ser preciso mais recursos. “Estamos capitalizados e não muda a dinâmica do nosso negócio”, disse ele. Ao final de 2021, a carteira de crédito do grupo estava em R$ 4,5 bilhões.

Na plataforma de investimentos que o Mercado Pago está criando, o primeiro produto será o CDB, em abril. Oliveira contou que a ideia é ter produtos a partir de R$ 1,00. “Temos um público muito grande em nossa base que tem perfil de investimento que demanda produtos mais simples, como um fundo de renda fixa mais conservador.” Há o plano de colocar mais produtos após o CDB e avaliar aquisições de gestoras ou corretoras caso o grupo entenda que seja necessário, embora o perfil da casa seja mais de desenvolvedor, contou Oliveira.

Apesar do cenário mais desafiador em 2022, com inflação, juro alto e menor crescimento da economia, até agora o Mercado Pago não sentiu grande piora da inadimplência, contou o vice-presidente. “Na carteira de crédito como um todo, vimos indicadores de inadimplência dentro da nossa expectativa.” E a expectativa é que a carteira cresça este ano, disse ele, sem dar projeções.

Em 2021, o Mercado Pago lançou um cartão de crédito e os investimentos em criptomoedas. O executivo conta que do total de um milhão de investidores nesses ativos digitais, boa parte são pessoas já clientes da fintech, mas que não operavam com moedas digitais. Para desenvolver mais produtos com o Pix, Oliveira conta que o Mercado Pago faz parte do sandbox regulatório do BC para o produto, um espaço criado pelo regulador para estimular a inovação financeira.