O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em debate sobre juros no Senado, rebateu novamente que o Brasil tenha descumprido a meta de inflação mais do que pares internacionais e disse que o descolamento de metas ocorreu quando se aceitou mais inflação em troca de crescimento.
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Ele citou os exemplos recentes de Argentina e Turquia. “Argentina e Turquia trocaram inflação por crescimento e tiveram mais inflação e menos crescimento no fim das contas.”
Campos Neto repetiu que o Brasil teve sete estouros de metas em 24 anos, um número similar a pares, como o Chile e o Peru. “Temos sistema de metas de inflação que funciona muito bem em todos os países. Passamos a maior parte do tempo dentro da banda do regime de metas.”
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Sobre o atual nível de metas, o presidente do BC citou que países desenvolvidos têm meta de 2% e, em muitos pares emergentes, o nível é igual ao do Brasil, de 3%. “Entre os países relevantes, apenas África do Sul e Índia têm metas acima de 3,00%.”
Campos Neto ainda repetiu que é consenso que a autonomia de bancos centrais provoca menor inflação e volatilidade. O presidente do BC participa do debate “Juros, Inflação e Crescimento”, promovido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O debate também conta com a participação dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além de presidentes de entidades e de economistas.