Por Gabriel Caldeira – O cobre fechou em forte queda nesta sexta-feira e encerrou esta semana com perdas de 5% a 6% em Nova York e Londres, em meio ao sentimento avesso ao risco nos mercados globais após bancos centrais, liderados pelo Federal Reserve (Fed), consolidarem a percepção de aperto global das condições financeiras. A valorização do dólar ante moedas rivais e incerteza quanto á política contra a covid -19 da China também contribuíram para a fraqueza do metal.
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Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre com entrega prevista para julho recuou 2,30% hoje e 6,54% na semana, a US$ 4,0135 por libra-peso. Na London Metal Exchange (LME), a tonelada da commodity para três meses baixava 2,08% por volta das 14h40 (de Brasília), a US$ 8.936,00. Na semana, o recuo era de 5,41%.
O cenário macroeconômico para metais industriais piorou nesta semana, após a inflação ao consumidor dos EUA voltar a acelerar e desencadear temores de aperto monetário agressivo nos EUA, confirmado pelo Fed após sua reunião na última quarta-feira, em que elevou o juro básico em 75 pontos, maior alta desde meados de 1994.
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Conhecido por ser um dos membros de orientação mais dovish do BC americano, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que poderia apoiar um novo aumento dessa magnitude na próxima reunião da entidade, no mês que vem. Chefe da distrital de Kansas City, Esther George divergiu da decisão desta semana, mas ressaltou seu compromisso com a queda da inflação, assim como o presidente Jerome Powell. A ação do Fed veio na semana seguinte à sinalização do Banco Central Europeu (BCE) de que deve começar a elevar os juros na zona do euro, e precedeu a quinta alta seguida de 25 pontos-base pelo Banco da Inglaterra (BoE).
Para o UBS, após um longo período de preço do cobre elevado por uma oferta insuficiente, o metal deve perder força e sua tonelada baixar para uma média de US$ 8,818 mil em 2023 e US$ 7,716 mil em 2024. Analistas do banco suíço esperam que a queda nos preços reflitam um misto de volumes maiores de produção global nos próximos 18 meses e pessimismo macroeconômico puxado por juros e inflação mais altos, bem como a política dura da China contra a covid-19.
Entre outros metais negociados na LME, a tonelada do alumínio baixava 0,93%, a US$ 2.498,00, a do chumbo recuava 3,53%, a US$ 2.050,00, a do níquel tinha alta de 1,46%, a US$ 25.650,00, a do estanho tombava 4,02%, a US$ 31.165,00, e a do zinco cedia 2,57%, a US$ 3.508,00.
*Com informações de Dow Jones Newswires
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