O ouro fechou em queda nesta terça-feira (15), pressionado por rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), que chegaram a renovar máximas desde o final do ano passado em meio a dados mistos dos Estados Unidos. Analistas também apontam que temores sobre demanda pesam nos preços do metal precioso.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em queda de 0,45%, a US$ 1.935,20 por onça-troy.
Analista da Oanda, Edward Moya observa que os preços do ouro mantém tendência de queda à medida que os rendimentos reais dos Treasuries sobem, o que deve continuar caso o movimento do mercado de títulos não desacelere. “Isto torna o ouro, que não tem juros, menos atraente, mesmo com as turbulências do mercado imobiliário da China sacudindo os mercados”, avalia Moya.
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Hoje, os rendimentos da ponta longa voltaram a renovar máximas desde o final do ano passado, com o juro da T-note de 10 anos alcançando o maior nível desde outubro de 2022 e desafiando alcançar maior alta desde 2008. O movimento ocorreu após avanço mais forte do que o esperado na venda do varejo dos EUA, porém, perdeu força diante de dados fracos da indústria e do setor imobiliário americanos.
Para o Commerzbank, a substituição do ouro por juros cada vez mais elevados está se refletindo nas vendas de investidores dos principais fundo de índice (ETF, na sigla em inglês), aumentando temores sobre a demanda do metal precioso. O banco aponta, por exemplo, que investidores já retiraram 60 toneladas de ouro dos ETFs de ouro rastreados pela Bloomberg desde o início de julho. Além disso, o Commerzbank nota um “movimento alarmante” de venda entre investidores especulativos de ouro e de outros metais preciosos, o que coloca os preços sob pressão.