O contrato mais líquido do ouro fechou em alta nesta quarta-feira (18), em mais uma sessão com grande atenção aos desdobramentos do conflito entre Israel e Hamas, levando em conta uma potencial escalada, o que reforça o metal como porto-seguro. As tensões seguem na região, e um dos grandes eventos do dia foi a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Israel, logo após a explosão de um hospital na Faixa de Gaza, que tem a origem em disputa por distintos lados do conflito. Por sua vez, analistas avaliam que o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e suas repercussões pode limitar os ganhos do metal em um futuro próximo.
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Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 1,68%, a US$ 1.968,30 por onça-troy.
Na visão da City Index, até agora, o ouro encontrou apoio nos fluxos de refúgios devido à situação no Oriente Médio. “Mas com o dólar mantendo a sua tendência de alta e os rendimentos dos Treasuries (títulos de renda fixa de dívida pública do governo norte-americano) a subindo novamente, o custo de oportunidade de deter ouro continua aumentando”, avalia. O TD Securities tem visão semelhante, e avalia que a evolução dos preços do ouro após a guerra entre Israel e o Hamas está criando a ilusão de uma forte procura aparente.
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O City Index conclui que, portanto, “não será preciso muito para derrubar o ouro. Talvez se houver um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, esse poderá ser o gatilho. A julgar pela forma como o ouro se recuperou, parece que os investidores estão apostando numa escalada acentuada da crise na região. Se, esperançosamente, isso não acontecer, então o ouro corre o risco de reverter acentuadamente para baixo”.
Biden afirmou hoje, em discurso em Tel-Aviv, que vai pedir ao Congresso americano que aprove um “pacote de defesa sem precedentes a Israel”, e enfatizou que os EUA vão apoiar Israel até o fim da guerra, com envios de equipamento de defesa e ajuda humanitária. Já o Hamas criticou os Estados Unidos, acusando o aliado de longa data de Israel de ser cúmplice dos ataques em curso em Gaza, após um ataque mortal a um hospital que, segundo autoridades de saúde, matou centenas de pessoas.