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Minerva (BEEF3): XP avalia demora de compra de ativos da Marfrig (MRFG3)

A análise foi apresentada após a Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência rejeitar acordo no Uruguai

Minerva (BEEF3): XP avalia demora de compra de ativos da Marfrig (MRFG3)
Gado Minerva (Foto: Minerva)

A XP Investimentos avaliou que a busca da Minerva Foods (BEEF3) em adquirir plantas da Marfrig (MRFG3) foi um movimento ousado e que poderá levar mais tempo do que o esperado para dar resultados, diante das adversidades enfrentadas para a sua concretização. A análise, divulgada em relatório, foi apresentada após a Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência, a autoridade antitruste do país, rejeitar o acordo no Uruguai.

“Depois de muitas notícias negativas em torno do negócio, mesmo que tudo corra como esperado com a aprovação do Brasil, a iminente virada do ciclo do gado e um ritmo lento de desalavancagem devem constituir uma barreira para a tese de investimento“, afirmou a XP Investimentos, no relatório assinado pelos analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.

Em agosto do ano passado, a Minerva anunciou a intenção de adquirir 16 unidades da Marfrig na América Latina, incluindo três plantas no Uruguai, onde o preço de alienação dos ativos totaliza R$ 675 milhões. A autoridade antitruste do país, porém, rejeitou essa compra, em decisão que cabe recurso.

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Na visão da XP, a demora para a conclusão do negócio e a possibilidade de mudança no ciclo pecuário na América do Sul, hoje favorável aos frigoríficos, também podem desafiar a Minerva. “É claro que o tamanho importa no negócio de commodities e, com um modelo de negócio mais diversificado, a Minerva poderia melhorar o resultado de suas ferramentas de arbitragem. No entanto, o timing pode ser um problema”, disseram os analistas.

A XP também ponderou que a decisão da agência antitruste do Uruguai, divulgada na terça-feira, não foi surpreendente. “Apesar da importância da notícia, o mercado estava ciente desse risco, desde que alguns órgãos noticiaram isso na semana passada” afirmou.

A equipe de analistas relatou que os fatos relevantes divulgados pelas empresas após a negativa das autoridades uruguaias mostram que o valor do negócio é maior do que se esperava. “A Minerva ainda aguarda a aprovação do Cade para as plantas no Brasil. Quando aprovado, o valor a ser pago será de R$ 5,375 bilhões (e não R$ 4,5 bilhões como esperado anteriormente), implicando em um desembolso acima do esperado para a parte não uruguaia do negócio”, escreveu a XP.

Às 14h47 desta quarta-feira (22), a ação da Minerva caía 7,64%, para R$ 6,41. A queda da Marfrig era de 1,57%, para R$ 11,90.