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Minerva Foods registra lucro líquido de R$ 72 mi no 3º tri

O valor representa alta de 24% ante o lucro de R$ 58,3 milhões reportado em igual período de 2020

Minerva Foods registra lucro líquido de R$ 72 mi no 3º tri
A Minerva Foods (BEEF3) é uma empresa frigorífica exportadora brasileira com atuação na América do Sul e Ásia. Foto: Banco de imagem da Minerva Foods

A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 72,4 milhões no terceiro trimestre de 2021. O valor representa alta de 24% ante o lucro de R$ 58,3 milhões reportado em igual período de 2020. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou o recorde R$ 648,1 milhões, avanço de 16,9% sobre os R$ 554,2 milhões verificados no mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda foi de 8,8%, ante 10,8% no terceiro trimestre de 2020. Já a receita líquida obtida entre julho e setembro cresceu 43,4% no período e somou R$ 7,368 bilhões, ante R$ 5,137 bilhões obtidos nos três meses do ano anterior, segundo a empresa.

O índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ficou em 2,4 vezes, estável em relação aos segundo e primeiro trimestres do ano, mas superior há um ano, quando o índice era de 2,2 vezes. Ainda segundo a empresa, o índice considera a subscrição de bônus do controlador no total de R$ 251,8 milhões em outubro de 2021. A companhia gerou um caixa livre de R$ 53 milhões, ou R$ 83 milhões após o efeito caixa do hedge cambial. Este é o 15º trimestre consecutivo de fluxo de caixa livre positivo.

Além disso, a companhia voltou a destacar a sua gestão de passivos para alongar o perfil da dívida e reduzir o custo do endividamento. No documento, mencionou a emissão de US$ 400 milhões em Notas Adicionais do Bond 2031, com taxa de juros de 4,375% ao ano; e a 11ª emissão de debêntures, no valor de R$ 400 milhões e vencimento em cinco anos.

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O diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Edison Ticle, reforçou que o caixa acumulado pela companhia está sendo utilizado para recompra de dívidas, com parte dos Bonds emitidos pela empresa sendo readquiridos a preços mais atraentes. “Continuamos usando esse caixa para antecipar a rolagem de dívidas curtas ou mais caras. Fizemos uma recompra e cancelamento de uma parcela de US$ 70,6 milhões referente ao Bond 2028, reduzindo a alavancagem bruta”, disse. O executivo acrescentou que outras operações similares poderão ocorrer nos próximos meses.

A Minerva informou, ainda, a distribuição de dividendos intercalares no valor de R$ 200 milhões, ou R$ 0,35 por ação, ou seja, 45% do lucro acumulado nos primeiros nove meses de 2021. “Considerando os proventos-caixa pagos no ano corrente, um total de R$ 603,6 milhões, ou R$ 1,12/ação, alcançamos um dividend yield de aproximadamente 12%”, acrescentou no comunicado enviado à imprensa.

A conjuntura de aperto por causa dos altos preços da arroba do boi no Brasil foi substituída por uma cautela quanto às exportações de carne bovina para a China, principal importador do País, após a suspensão dos embarques por causa de dois casos atípicos do “mal da vaca louca”. O que tem compensado a operação brasileira é a operação da subsidiária Athena Foods, que engloba países vizinhos, como Paraguai, Uruguai, Argentina e Colômbia. No terceiro trimestre, a Athena foi responsável por gerar 56% de toda a receita da Minerva Foods. Nesse contexto, a empresa redirecionou os volumes que seriam embarcados a partir do Brasil e elevou as exportações das plantas da Argentina e do Uruguai, como efeito de compensação.

De acordo com o executivo, as operações vinham crescendo de forma significativa nos meses de julho e agosto, mas em setembro, com a suspensão das compras de carne bovina do Brasil pela China, a receita do País caiu entre 30% e 35% na comparação mensal. No mesmo período, a receita na Athena Foods subiu 25%. “Mesmo com porcentual diferente, em valores nominais, um compensa o outro”, disse Ticle. Ele acrescentou que o Ebitda consolidado da empresa, embora recorde, poderia ter sido ainda maior, com margem Ebitda de dois dígitos, não fosse a situação da China.

Nesse sentido, a empresa atribui os resultados no terceiro trimestre ao bom desempenho das exportações, uma vez que “a retomada econômica segue abrindo oportunidades para o mercado da carne bovina, especialmente na Ásia, que continua sendo o grande comprador, com quase 46% das exportações consolidadas do período”, afirmaram executivos. Para se ter ideia, 69% da receita consolidada do trimestre é proveniente das vendas ao mercado externo, as quais a Minerva segue como líder na América do Sul, com um market share de aproximadamente 20% no continente.

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No terceiro trimestre de 2021, os abates da Minerva caíram 11,2% no Brasil, para 358,2 mil cabeças, porém acima do volume abatido no trimestre anterior. Nos países da América do Sul que fazem parte da subsidiária Athena Foods, entretanto, o volume abatido subiu 44,1% no período, somando 592,1 mil cabeças.

O aumento registrado na Athena mais do que compensou a retração da Divisão Brasil, com os abates totais da empresa tendo aumentado 16,7% na mesma base comparativa, e chegando a 950,3 mil cabeças. A Minerva também informou que o volume de vendas aumentou 9% no terceiro trimestre deste ano, passando de 272,9 mil toneladas para 297,5 mil toneladas. Do total, 118,1 mil toneladas foram vendidas no Brasil, 16,8% a menos do que em igual intervalo de 2020. Já a Athena foi responsável pela venda de 179,4 mil toneladas, alta de 37% na mesma base comparativa.

Para o próximo trimestre, as perspectivas, segundo o diretor presidente da empresa, Fernando Queiroz, são positivas, à medida em que avança a vacinação contra a covid-19. Segundo ele, o cenário é de uma aceleração no consumo de proteína animal, tanto no mercado externo como no doméstico. Mas o executivo admite que a pandemia ainda impõe dificuldades à economia mundial.