O dólar avançou ante rivais, porém, perdeu o fôlego obtido com o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que citou a possibilidade de novas altas de juros caso a economia e o mercado de trabalho dos EUA continuem resilientes. Volátil, a moeda americana enfraqueceu contra divisas europeias, após a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reforçar que a luta contra a inflação não terminou no bloco e outros dirigentes europeus sinalizarem apoio a novas altas de juros.
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Por volta das 17h (de Brasília), o dólar subia a 146,36 ienes e a libra cedia a US$ 1,2589. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em alta de 0,09%, a 104,077 pontos, e avanço de 0,68% na variação semanal.
Como previsto pelo ING, as falas de Lagarde refletiram sobre o euro e provocaram uma correção no DXY pouco antes do pregão terminar, dando apoio para a moeda europeia em detrimento do dólar. Assim, o euro recuava a US$ 1,0807, no horário citado.
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Em discurso, Lagarde afirmou que, “apesar dos progressos, a luta contra a inflação ainda não está vencida” e defendeu a manutenção dos juros em níveis restritivos pelo tempo que for necessário para trazer a inflação de volta à meta de 2% na zona do euro. O discurso ocorreu depois de dirigentes do BCE – como Martins Kazaks e Joachim Nagel – reforçarem que mais altas de juros podem ser necessárias no bloco, contrariando expectativas de que o enfraquecimento da economia europeia possa levar a uma pausa do aperto monetário, observa a CMC Markets.
Mais cedo, no entanto, o dólar chegou a firmar ganhos robustos, seguindo o amplamente aguardado discurso de Powell. Nele, o presidente reforçou uma postura dependente de dados e ponderou que, apesar da inflação ter caído recentemente, os preços continuam elevados nos EUA. Powell ressaltou o compromisso do BC americano de atingir a meta da inflação em 2% e comentou que, caso a atividade econômica e o mercado de trabalho permaneçam fortes, altas adicionais nas taxas de juros podem ser necessárias.
Para a Capital Economics, a ausência de menções a cortes foi o suficiente para impulsionar o dólar em um primeiro momento e, com as perspectivas positivas para a economia dos EUA, a moeda deve continuar o rali nos próximos trimestres. Em relatório, o Wells Fargo projeta que a força do dólar só deve moderar em 2024, com uma depreciação limitada. Além disso, em outro estudo, o banco prevê maior fraqueza nas moedas do G10 até o final deste ano.
Entre emergentes, o dólar blue subia a 730 pesos argentinos no mercado paralelo, conforme levantamento do jornal El Cronista. No mercado oficial, o dólar avançava a 350,023 pesos argentinos, mas, segundo o jornal Ámbito Financeiro, uma nova intervenção do BC da Argentina amplia a desvalorização da moeda argentina. De acordo com a nova cotação, o dólar avança a 367 pesos argentinos, informou o Ámbito. Em segundo plano, o presidente argentino, Alberto Fernández, ratificou que o novo pacote econômico deve ser lançado ainda hoje e incluir o anúncio de um bônus para trabalhadores privados, entre outras medidas.
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