O dólar se valorizou nesta sexta-feira (14), em um contexto em geral de cautela nos mercados globais, o que tende a apoiar as compras da moeda americana. Além disso, o iene caiu, em dia de decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), com manutenção dos juros. Na Europa, o euro recuou em um contexto de renovadas dúvidas sobre a política na França e suas consequências na economia e no quadro fiscal.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 157,32 ienes, o euro recuava a US$ 1,0706 e a libra tinha baixa a US$ 1,2689. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,34%, a 105,550 pontos, com alta de 0,63% na comparação semanal.
A turbulência política na França esteve em foco no dia, com perdas nas bolsas europeias e alguns analistas alertando para o aumento nos riscos fiscais para o país, por exemplo. Entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde não tratou de política monetária, enquanto segundo reportagem da Bloomberg funcionários do BCE mostravam-se calmos ante a turbulência recente no mercado francês, que gerou aumento no spread entre os rendimentos dos bônus da Alemanha e da França.
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Já na Ásia, o BoJ manteve juros, mas não descartou alta em julho. Além disso, anunciou que reduzirá o ritmo das compras dos bônus locais (JGB, na sigla em inglês) em julho, mas disse que apenas detalhará isso no próximo mês. O ING disse que a falta de detalhes do anúncio hoje decepcionou investidores.
Nos EUA, pesquisa da Universidade de Michigan mostrou piora no sentimento do consumidor no país, além de alta nas expectativas de inflação em 5 anos, o que contribuiu para a cautela. Entre dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Austan Goolsbee, presidente da distrital de Chicago, disse que os juros podem ser cortados, caso mais dados de inflação como os de maio sejam publicados, mas acrescentou que uma alta persistente nos preços dificultaria esse processo. Já Loretta Mester (Cleveland) previu que a inflação não atingirá a meta de 2% do Fed até 2026, sinalizando que ainda deseja ter mais confiança na trajetória antes de defender corte de juros. De qualquer modo, Mester deixará o Fed neste mês, encerrando seu ciclo na instituição, conforme já antes anunciado.