O dólar subiu ante pares rivais, um dia antes da decisão monetária do Federal Reserve (Fed), para a qual se espera amplamente uma manutenção no nível restritivo atual. Em destaque, o euro e o iene perdem para a moeda americana enquanto os investidores ponderam sobre os diferenciais de juros em relação aos Estados Unidos, após dados europeus fracos e manutenção da política ultra-acomodatícia do Banco do Japão (BoJ).
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Entre emergentes, o peso mexicano recuava contra o dólar, mesmo após leitura forte do Produto Interno Bruto (PIB) local. O dólar blue, negociado no mercado paralelo da Argentina, cedia na expectativa para o segundo turno das eleições presidenciais locais e em meio a pagamento do governo ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
O mercado financeiro considera altamente provável que o Fed deixe suas taxas de juros inalteradas na decisão desta quarta-feira (1). A expectativa de taxas “mais altas por mais tempo”, como os próprios dirigentes falam, ajuda a atrair fluxos de capital para o dólar. Hoje, a moeda recebeu impulso dos índices de custo de emprego e de confiança do consumidor dos EUA melhores que o esperado, que deram força à visão de que a economia americana segue excepcionalmente resiliente em relação a outras avançadas. O índice DXY, que mede sua força contra cesta de seis pares fortes, avançou 0,51%, a 106,663 pontos.
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Em contraste, a zona do euro viu leituras surpreendentemente fracas do PIB e da inflação, o que tirou fôlego da moeda comum na divisa do dólar. Isso porque os indicadores favoreceram a leitura de que o Banco Central Europeu (BCE) não precisará elevar mais seus juros. A Oxford Economics, por exemplo, disse calcular que o BCE deverá começar a cortar as taxas já a partir do início do segundo trimestre do ano que vem. Os investidores também viram ao longo do dia uma bateria de falas em tons variados de dirigentes do banco central. Por volta das 17h, o euro tinha baixa a US$ 1,0583, enquanto a libra tinha baixa a US$ 1,2153.
Na Ásia, o BoJ optou por manter sua taxa básica negativa, mas suavizou a comunicação sobre a política de controle da curva de rendimentos (YCC), referindo-se ao teto como “ponto de referência”. Esse ajuste foi visto pelo Julius Baer como insuficiente para apoiar uma valorização do iene, ampliando o risco de queda acentuada e de intervenções pelo Ministério das Finanças japonês. Assim, o dólar subia a 151,57 no fim desta tarde.
A moeda americana subia contra o peso mexicano, ainda que o PIB trimestral do México tenha superado expectativas do mercado. Na Argentina, o dólar blue era vendido a 920,00 pesos argentinos neste fim de tarde, segundo o jornal local Ámbito Financiero, após ter chegado a tocar máxima histórica de 1.100 pesos no dia 23 deste mês. Além do foco nas eleições para presidente, o mercado acompanhou hoje a notícia desse mesmo jornal de que o governo do presidente Alberto Fernández realiza um pagamento de US$ 2,6 bilhões ao FMI, relativo a vencimentos de outubro da dívida do país com o Fundo. No mercado oficial, o dólar avançava a 350,0809 pesos argentinos.