O dólar se valorizou nesta segunda-feira (20) diante do euro e do iene, mas oscilou perto da estabilidade frente à libra. A moeda americana era apoiada por declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), com sinalização de cautela antes de cortar juros, por causa da trajetória recente da inflação nos Estados Unidos.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 156,28 ienes, o euro recuava a US$ 1,0864 e a libra estava estável, em US$ 1,0707. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,11%, a 104,565 pontos.
Alguns dirigentes do Fed, entre eles Philip Jefferson, vice da instituição, vieram a público e reforçaram a incerteza sobre o quadro inflacionário. Jefferson disse que não seria adequado cortar juros antes de haver maior confiança na desinflação. Presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly disse ainda não ter confiança de que a inflação caminha de modo sustentável à meta de 2%, enquanto Loretta Mester (Cleveland) inclusive não descartou uma defesa de alta nos juros, caso a inflação reverta o progresso já conseguido. O vice para Regulação, Michael Barr, repetiu avaliação recente do Fed de que os dados do primeiro trimestre desapontaram na inflação, enquanto Raphael Bostic (Atlanta) disse que a inflação deve chegar na meta, mas em trajetória mais lenta do que o antes esperado.
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A manutenção de política monetária apertada tende a sustentar o dólar. O Wells Fargo afirma, em relatório mensal divulgado hoje, que a perspectiva para o dólar não mudou muito e que continua a acreditar que a divisa dos EUA pode se fortalecer no terceiro trimestre. Mas o banco considera que pode haver um período prolongado de fraqueza, conforme o Fed relaxa sua política monetária e as condições financeiras globais ficam também mais relaxadas. “Em um ambiente de cortes de taxas pelo Fed, acreditamos que o iene japonês pode se destacar, enquanto moedas selecionadas de mercados emergentes também podem ter bom desempenho”, avalia.
A Capital Economics, por sua vez, afirma em relatório que a força recente do mercado acionário americano não deve se traduzir em dólar mais forte. A consultoria avalia, porém, que o dólar pode estar ainda apoiado frente a outras moedas principais cujos bancos centrais cortarem os juros antes do Fed.