O dólar caiu frente ao euro, o iene e a libra, embora com impulso limitado. A moeda americana foi pressionada após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de abril dos Estados Unidos mostrar desaceleração, nas leituras anuais do dado cheio e do núcleo. A expectativa de uma postura um pouco menos dura do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pressionou a divisa.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 134,35 ienes, o euro subia a US$ 1,0985 e a libra tinha alta a US$ 1,2628. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,13%, a 101,477 pontos.
O CPI dos EUA subiu 0,4% em abril ante março, como esperado por analistas, com alta anual de 4,9%, um pouco abaixo do avanço de 5,0% projetado por eles. O núcleo do índice subiu 0,4% no mês, como previsto, com ganho anual de 5,5%, também como esperado e com leve desaceleração após o avanço de 5,6% do mês anterior.
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Após o dado, o DXY inverteu o sinal de pouco antes do CPI e recuou. No monitoramento do CME Group, aumentava a chance de manutenção de juros em junho pelo Fed, que estava em 93,9% no fim desta tarde (de 78,8% ontem), com 6,1% de possibilidade de alta de 25 pontos-base. Ainda assim, a Oxford Economics não descartou mais altas de juros, a depender dos próximos indicadores, enquanto a Capital Economics via risco de que os juros do Fed precisem seguir elevados por mais tempo que o antes previsto, para conter a inflação.
O BBH afirma que o impasse sobre o teto da dívida também segue como foco nos EUA. Hoje, o presidente americano, Joe Biden, voltou a alertar para os potenciais efeitos negativos de um default, diante do impasse entre o governo e a oposição no Congresso sobre o tema. Para o ING, há uma preocupação crescente de que será preciso uma onda de venda de ativos, seja em ações ou em mercados monetários, para acabar com o impasse político. O banco holandês que isso tenderia a apoiar o dólar no curto prazo, com a moeda dos EUA ainda sendo buscada como ativo seguro.
No caso do euro, sinalizações por mais aperto do BCE tendem a apoiar a moeda. Entre os dirigentes, Mário Centeno comentou que o pico dos juros pode estar próximo, com corte apenas em 2024, enquanto Joachim Nagel reforçou que o ciclo de altas ainda não terminou. A presidente do BCE, Christine Lagarde, afirmou que ainda há “terreno a cobrir” para levar a inflação de volta à meta de 2%.