O dólar se valorizou ante outras moedas fortes em geral, com investidores se posicionando para a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), nesta quarta-feira (20). Nesse quadro, o euro caiu em meio a avaliações sobre a economia da região da moeda comum e o iene também recuou, atingindo mínimas em quatro meses mesmo após o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) elevar juros pela primeira vez em 17 anos.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 150,90 ienes, o euro recuava a US$ 1,0865 e a libra tinha baixa a US$ 1,2723. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrava alta de 0,22%, a 103,827 pontos. Na madrugada desta terça-feira, o BoJ elevou os juros pela primeira vez em 17 anos, abandonando a estratégia de juros negativos, em votação dividida (por sete a dois).
Em seu comunicado, o banco central japonês insistiu que manterá condições monetárias acomodatícias e que continuará a comprar títulos do governo japonês, além de abandonar o controle da curva de juros (YCC, na sigla em inglês). Após a decisão, o dólar ampliou ganhos frente ao iene, com a divisa japonesa atingindo nesta terça-feira as mínimas desde meados de novembro de 2023. Analistas avaliavam que a mudança já era esperada e não deve ser seguida por novas altas nos juros, sendo com isso interpretada como uma postura dovish, ou seja, menos agressiva.
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O presidente do BoJ, Kazuo Ueda, reforçou que a política monetária seguirá flexível. O Rabobank avalia que o dólar tem sido apoiado por reavaliações sobre a postura do Fed neste ano e que o iene não teve impulso diante da confirmação de que o BoJ manterá política monetária acomodatícia. O Fed, por sua vez, deve manter a previsão de três cortes de juros neste ano, segundo analistas, mas a inflação tem perdurado, o que gera incerteza sobre o quadro futuro e quando, de fato, haverá redução nas taxas.
Há expectativa também por projeções atualizadas nesta quarta-feira (20), mas amplo consenso de que os juros não mudam agora. O BBH destaca o fato de que os dirigentes do Fed têm mostrado bastante cautela com a possibilidade de relaxar a política monetária muito cedo.
Otimismo no Reino Unido
Na Europa, o índice ZEW de expectativas econômicas na Alemanha subiu de 19,9 em fevereiro a 31,7 em março. Na zona do euro, o custo de mão de obra avançou 3,4% no quarto trimestre de 2023, na comparação com igual intervalo do ano anterior, o que confirma desaceleração, após a alta anual de 5,2% vista no terceiro trimestre.
No Reino Unido, o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, expressou otimismo sobre o crescimento do país, que segundo ele pode ser próximo dos níveis vistos nos EUA, superiores aos da Europa. Hunt ainda comentou que a expectativa de perda de fôlego da inflação nos próximos meses é favorável para queda nos juros no país.