O dólar se enfraqueceu na comparação com rivais nesta quarta-feira (10), após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, evitar apresentar novidades significativas sobre os próximos passos da política monetária. A pressão foi relativamente mais aguada ante a libra, depois que o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, chamou atenção para a persistência da inflação no Reino Unido.
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O índice DXY, que mede a moeda americana ante seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,08%, a 105,048 pontos. O ING comenta que o mercado cambial tem oscilado sem movimentações bruscas nos últimos dias, na ausência de novos catalisadores. Hoje, Powell repetiu discurso com postura cautelosa na Câmara dos EUA, ao reiterar que ainda não pode atestar confiança em queda sustentada da inflação rumo à 2%. “A proximidade com a divulgação crucial do CPI de amanhã nos EUA também pode estar por trás das negociações cautelosas desta semana”, pondera o banco holandês.
Já a libra tinha ampla valorização contra o dólar e subia a US$ 1,2845. Segundo o Rabobank, a divisa britânica recebe apoio da perspectiva de diferencial de juros no curto prazo, após dirigentes do BoE alertarem sobre a persistência da inflação de serviços e do aperto no mercado de trabalho.
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Economista-chefe do BC britânico, Huw Pill disse que ambos têm demonstrado uma “força desconfortável”. Mais enfática, a dirigente Catherine Mann projetou que a inflação deve voltar a subir até o fim do ano e destacou que “isso importa para sua decisão”, segundo a Reuters. Economista-chefe do BoE, Huw Pill também soou cauteloso quanto a persistência da inflação de serviços, mas disse que reduzir os juros agora é uma questão de “quando” e não de “se” ocorrerá.
A perspectiva de diferencial de juros também apoiava o euro, que subia a US$ 1,0831, no fim da tarde em Nova York. Entretanto, o dólar manteve valorização contra a divisa do Japão e avançava a 161,75 ienes. Em nota, o Bank of America (BofA) avalia que intervenções cambiais e aumentos de juros pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) “dificilmente resolverão problemas estruturais”. O banco americano projeta que o iene continuará enfraquecendo, mesmo que o Fed flexibilize sua política monetária.