O dólar caiu nesta quarta-feira (12) ante outras moedas principais, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos vir abaixo do esperado para maio, o que reforçou expectativas de corte de juros ainda neste ano pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Mais adiante no dia, houve redução nas perdas, após o Fed manter juros, como esperado, e reduzir suas perspectivas para corte em 2024, além de reafirmar que reagirá aos dados.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 156,85 ienes, o euro avançava a US$ 1,0807 e a libra tinha alta a US$ 1,2794. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,56%, a 104,645 pontos.
O CPI dos EUA ficou estável em maio ante abril, com a taxa anual desacelerando a um avanço de 3,3%, enquanto o núcleo subiu 0,2% e 3,4%, respectivamente. Os quatro números vieram um pouco abaixo do esperado pelos analistas, e no mercado cambial o dólar reagiu com mínimas no dia. No monitoramento do CME Group, crescia a chance de redução nos juros pelo Fed até setembro, com maior possibilidade de corte de 50 pontos-base até o fim deste ano.
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Já à tarde, o Fed manteve os juros e atualizou projeções. Em seu gráfico de pontos, a mediana dos dirigentes aponta agora para apenas um corte neste ano, embora em quadro dividido, com oito dos dirigentes projetando dois cortes de 25 pontos-base. No mercado cambial, o dólar reduziu perdas, após a decisão e em meio a declarações do presidente do BC americano, Jerome Powell, em entrevista coletiva após a decisão.
Powell disse que o Fed está atento ao riscos, tanto de relaxamento tardio quanto de corte prematuro. Ele reafirmou que alta nos juros não é o cenário-base de nenhum dirigente, e considerou que o CPI de hoje foi positivo, embora acrescentando que são necessárias outras leituras na mesma linha para dar mais confiança ao BC para cortar juros.
Segundo ele, as previsões para um ou dois cortes de 25 pontos-base neste ano são ambas plausíveis para 2024, e o resultado dependerá dos dados.
Mais cedo, entre dirigentes do Banco Central Europeu (BCE), o vice da instituição, Luis de Guindos, disse que aumentou a confiança de que a inflação caminhará à meta de 2%, o que permitiu corte de juros na última reunião. Guindos previu alguns “sobressaltos” no curto prazo nos dados inflacionários, mas acrescentou que em 2025 o quadro de desaceleração deve estar mais claro, rumo à meta.
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Entre moedas emergentes, o dólar subia a 18,7929 pesos mexicanos. Mais cedo, a divisa mexicana atingiu mínimas desde março de 2023, ainda sob pressão após a vitória da governista Claudia Sheinbaum na disputa pela presidência, o que fez o atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, retomar a iniciativa de uma potencial reforma constitucional que desagrada investidores. O peso da Colômbia também estava sob pressão, após dado de inflação no país, com o dólar em alta a 4.022,90 pesos colombianos, no horário mencionado.