Por Gabriel Caldeira – O dólar operou em baixa ante divisas rivais nesta sexta-feira, após acumular ganhos no restante da semana. A moeda americana reagiu a falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) que reduziram os temores do mercado por um aumento de 100 pontos-base do juro no fim deste mês. Ao mesmo tempo, as expectativas inflacionárias de longo prazo no país caíram em julho, segundo pesquisa preliminar da Universidade de Michigan.
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O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais, caiu 0,44% hoje, mas acumulou alta semanal de 0,99%, aos 108,063 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,0076, a libra apreciava a US$ 1,1857 e o dólar tinha baixa a 138,57 ienes.
Após ter visto um aumento de 1 ponto porcentual do juro como mais provável, o mercado voltou a esperar majoritariamente por uma alta de 75 pontos-base no dia 27 de julho, quando termina a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed.
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Presidente da distrital de St. Louis do BC, James Bullard disse não ver muita diferença entre os dois ritmos de alta cogitados, e a chefe do Fed de São Francisco, Mary Daly, argumentou que não é necessária preocupação por um aumento excessivo dos juros. Já o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, alertou contra elevar os juros de forma muito acelerada. Dos três, apenas Bullard terá direito a voto na próxima reunião do Fomc.
A divisa americana também operou de olho em indicadores da economia americana. Vendas no varejo e o índice de sentimento do consumidor tiveram desempenho melhores que o esperado nas leituras mais recentes. Segundo leitura preliminar da Universidade de Michigan, houve recuo nas expectativas inflacionárias do país para os períodos de 1 e 5 anos à frente. Segundo a Oxford Economics, o movimento deve ter refletido a redução nos preços da gasolina nos EUA.
Em outras economias desenvolvidas, o foco na semana que vem ficará sobre decisões de bancos centrais, incluindo do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). “Uma questão-chave para os formuladores de política monetária em Tóquio e Frankfurt será até que ponto eles estão incomodados com as rápidas quedas de suas moedas em relação ao dólar”, questiona a Capital Economics.
Para a consultoria, o BoJ deve ajustar o controle do grau de tolerância da curva de juros, enquanto o BCE deve sinalizar altas de juro mais fortes do que a de 25 pontos-base que deve ocorrer na próxima quinta-feira.
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Na seara de emergentes, o peso chileno esteve entre os destaques do dia. Após um forte recuo ontem, o anúncio de um programa de intervenção cambial do BC do Chile ajudou a moeda a se recuperar ante o dólar, que recuava a 973,75 pesos, por volta de 16h00 (de Brasília).
O rublo russo também teve forte apreciação ante o dólar, com a divisa americana em baixa a 56,535 no fim da tarde. Por ser moeda de um país exportador de energia, a alta robusta do petróleo hoje, após várias sessões de perdas da commodity energética, tende a ajudar o rublo.