O dólar se valorizou ante outras moedas principais hoje, ganhando fôlego ao longo do dia. com o iene terminando a sessão em baixa após o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) manter a política monetária, mas sinalizar que pode começar a apertá-la mais adiante. Na Europa, o euro caiu, com expectativa pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) nesta quinta-feira, e a libra também recuou.
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No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 148,38 ienes, o euro recuava a US$ 1,0849 e a libra tinha baixa a US$ 1,2685. O índice DXY registrou alta de 0,28%, em 103,617 pontos, após tocar hoje máximas desde 13 de dezembro.
Em mais um dia de agenda de indicadores modesta, o dólar ganhou fôlego gradualmente, com mais força à tarde. O iene chegou a se valorizar após o BoJ, mas não sustentou o movimento. O BC japonês manteve a política monetária, como esperado, e disse em seu comunicado esperar que a inflação atinja a meta de 2% de forma “sustentável e estável, acompanhada pelo aumento de salários”. O BoJ cortou previsões para o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), excluindo alimentos frescos, para o ano fiscal de 2024, de 2,8% a 2,4%. Por outro lado, o presidente do BC, Kazuo Ueda, disse que está mais perto o momento em que a inflação é atingida de modo sustentável.
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A rápida queda do iene, após o BoJ, fez a Oanda questionar se poderia haver mais intervenções no câmbio pelo Ministério das Finanças. Segundo a avaliação dela, uma eventual medida nesse sentido dependerá de quanto dure o movimento cambial. Na avaliação do Société Générale, o BoJ “soou esperançoso o suficiente sobre a perspectiva para salários e inflação, e negativo o suficiente sobre os efeitos colaterais das taxas negativas e do controle da curva de juros”. Para o banco francês, o contexto poderia levar a uma mudança na política monetária após o fim do primeiro trimestre e até a metade do ano, mas o mercado ainda parece um pouco cético. Já segundo o ING, o BoJ deixou a porta aberta para o fim dos juros negativos, “mas permanece a incerteza sobre o cronograma”.
Entre outras moedas em foco, o euro caiu, com investidores à espera da decisão do BCE. A Capital Economics acredita que bancos centrais devem continuar a se posicionar contra as expectativas de cortes de juros em suas decisões nas próximas semanas, mas acrescenta que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o BCE e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) ainda devem reduzir juros ainda neste primeiro semestre.
Entre moedas de emergentes, o dólar blue renovou recorde histórico frente ao peso na Argentina. No horário citado, o dólar blue, negociado no mercado paralelo local, estava em 1.250 pesos. No câmbio oficial, o dólar avançava a 822,0308 pesos. As incertezas no plano político continuam elevadas. O governo alertou hoje que o ajuste a ser definido seria maior, inclusive nas transferências para as províncias, caso o pacote de reformas proposto por ele seja rejeitado pelo Congresso. A Oxford Economics diz que tem “visão neutra” sobre os riscos de implementação de medidas fiscais no país em 2024, mas acrescenta que para 2025 sua expectativa é negativa, diante do histórico argentino de “fadiga do ajuste” e do apoio modesto ao presidente Javier Milei “no Congresso, nas províncias e, em especial, no Senado”.