O dólar operou sem direção única ante boa parte das divisas fortes e emergentes, porém, o índice DXY indica que a moeda americana acumulou fortes ganhos semanais. Analistas atribuem a força da moeda às expectativas aperto monetário prolongado pelo Federal Reserve (Fed) e incertezas sobre o cenário econômico global, o que amplia a busca por segurança.
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Por volta das 17h (de Brasília), o dólar recuava a 145,36 ienes, o euro tinha alta a US$ 1,0879 e a libra recuava a US$ 1,2740. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, tinha queda de 0,19%, a 103,375 pontos, o que representa um aumento de 0,52% na variação semanal.
A CMC Markets nota que, nesta semana, o dólar teve um “desempenho notável”, apoiado por perspectivas de juros básicos elevados nos Estados Unidos por mais tempo diante da resiliência da economia americana, sinalizada também por ata do Fed divulgada na última quarta. Na contramão, as moedas ligadas à commodities tiveram seu pior desempenho devido a preocupações com a economia da China e problemas no sistema financeiro que podem pesar sobre a demanda nos próximos meses, avalia a CMC.
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Para o analista da Oanda, Edward Moya, este cenário oferece mais força para o dólar devido a fuga de ativos de risco – por exemplo, ações de tecnologia e comunicação – para ativos de segurança. Moya analisa que o fator decisivo para negociações do dólar será o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio Jackson Hole, o qual investidores monitorarão por sinais de postura hawkish ou de um possível “toque dovish”.
Em relatório, a Oxford Economics projeta que a tendência de alta do dólar deve continuar pelo resto do ano, à medida que condições financeiras continuam a apertar e o sentimento de risco se deteriora. A consultoria acrescenta ainda que este mesmo cenário deve favorecer uma correção do iene, que foi “extremamente desvalorizado” recentemente, na visão da Oxford.
Entre emergentes, o dólar blue caía a 720 pesos argentinos no mercado paralelo, segundo o Ámbito Financeiro, corrigindo forte alta recente seguindo a vitória do ultra-direitista Javier Milei nas eleições primárias da Argentina e em semana marcada por intervenções do governo para estabilizar o mercado cambial. Hoje, Milei se reuniu virtualmente com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) para discutir gastos públicos do país.