O dólar recuou ante rivais, em dia de apetite de risco no exterior, após indicador mais fraco que o esperado nos EUA aliviar parcialmente os temores por um Federal Reserve (Fed) hawkish. Em destaque, a libra recebeu suporte do anúncio de acordo entre União Europeia e Reino Unido pelas regras alfandegárias da Irlanda do Norte no pós-Brexit.
No final da tarde em Nova York, o dólar recuou a 136,24 ienes, o euro avançou a US$ 1,0609 e a libra subiu a US$ 1,2058. O índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de seis rivais fortes, caiu 0,51%, a 104,673 pontos.
A moeda americana iniciou a sessão sob pressão, à medida que o ambiente de risco mais ameno favoreceu ajustes no câmbio após os fortes ganhos do dólar na semana passada. As perdas se intensificaram depois da divulgação do dado de encomendas à indústria, que caiu em ritmo mais acentuado que o esperado em janeiro. O desempenho ajudou a atenuar as apostas por um aperto monetário prolongado do Fed.
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De acordo com o ING, o BC americano pode estar em posição para cortar sua taxa de juros até o final do ano, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) deve manter os juros em seu pico durante a maior parte de 2024, o que deve fortalecer o euro frente ao dólar no longo prazo. No entanto, o banco Lombard Odier projeta que o Fed deve subir os juros básicos até o nível de 5,5% e mantê-los nesse pico durante um período prolongado para combater a inflação, ao custo de uma recessão na economia dos Estados Unidos.
Também no radar dos investidores, o Reino Unido anunciou hoje um acordo com a União Europeia, flexibilizando regras comerciais sobre produtos que passam do país para a Irlanda do Norte. Os termos do pacto definem ainda que Londres poderá impor novos impostos e regras para subsídios. O anúncio impulsionou a alta da libra ante o dólar.
Já o iene se beneficiou durante o pregão após o nomeado para a presidência do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, falar em audiência de confirmação na câmara alta do Parlamento do país. Segundo o Commerzbank, o mercado está “finalmente” interpretando os comentários de Ueda como equilibrados. O banco alemão analisa que Ueda não deve realizar declarações polêmicas sobre a política acomodatícia atual ou possibilidades de aderir uma política restritiva para evitar grandes impactos sobre o mercado de câmbio. “Ele terá muitas oportunidades para fazer isso assim que assumir seu cargo”, comenta o Commerzbank.
Em relatório a clientes, a Capital Economics avalia que moedas asiáticas estão caindo nas últimas semanas contra o dólar, com pior desempenho entre o baht tailandês e o won coreano – que recuaram cerca de 6% desde o começo do mês. A consultoria atribui a queda a preocupações renovadas sobre inflação e aumento de juros nos Estados Unidos. “Se as recentes quedas cambiais continuarem, os formuladores de políticas provavelmente reagirão intervindo diretamente nos mercados de câmbio. Os bancos centrais também poderiam responder retomando seus próprios ciclos de aperto”, projeta a Capital.
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No pregão de hoje, o dólar avançou a 34,990 bahts e a 1319,16 wons.