A Localiza é uma empresa de aluguel de carros (Foto: Jornal do Carro/Estadão))
A Moody’s, uma das principais agências de análises financeiras, reiterou o rating (nota) Ba1 da Localiza (RENT3), com perspectiva estável. Segundo a agência, a classificação é sustentada pelo desempenho operacional e geração de caixa estáveis, além de um modelo de negócios flexível.
Esses fatores ajudam a empresa a resistir a momentos de desaceleração da economia e do mercado automotivo, de acordo com a análise. A instituição também atribui a nota à posição de liderança da companhia no segmento de aluguel de veículos no Brasil.
“A empresa historicamente manteve uma lucratividade robusta como resultado de baixos requisitos de manutenção da frota, altas taxas de utilização, descontos atraentes de fabricantes de automóveis e experiência no mercado de vendas de carros usados”, explica a agência, que chama a atenção também para praticas de governança “adequadas” e liquidez “forte”.
Por outro lado, o rating é pressionado pela natureza intensiva em capital do setor, ainda conforme a Moody’s. Com isso, a Localiza mantém alavancagem bruta elevada e dependência do mercado brasileiro, uma vez que dispõe de insignificante presença internacional, diz a agência.
“Em 2025, esperamos que a Localiza priorize a renovação da frota em detrimento da expansão, o que resultará em menores despesas de capital líquido do que em 2024 e apoiará uma geração de fluxo de caixa mais forte”, ressalta.
Perspectivas do rating futuro da Localiza
A Moody’s avisa que poderá elevar o rating se a empresa mantiver métricas fortes de crédito em base sustentável, combinadas a uma diversificação geográfica para outros países. Um ajuste ascendente, porém, estaria sujeito à posição relativa ao rating soberano do Brasil (Ba1, estável).
Especificamente, um aumento da nota poderia ocorrer se a margem delucro antes dos juros e impostos (Ebit) permanecer acima de 20%, a alavancagem bruta, abaixo de 2,75x de forma sustentável e a relação fluxo de caixa para dívida líquida, acima de 35%, segundo a Moody’s.
Na outra ponta, a agência alerta que um rebaixamento dependeria da deterioração da liquidez, taxa de utilização de carros abaixo de 70%, uma proporção de dívida bruta para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) superior a 3,5x e margem de Ebit inferior a 15% sem perspectivas de melhora.
Publicidade
“Um movimento de rebaixamento na classificação pode ocorrer se a classificação soberana do Brasil for rebaixada”, acrescenta.