Motiva (MOTV3) é a antiga CCR e também a controladora da Autoban (Foto: Adobe Stock)
Os resultados da Motiva (MOTV3) no segundo trimestre de 2025 geraram reações mistas no Citi. O lucro líquido de R$ 398 milhões ficou ligeiramente abaixo da estimativa do banco, de R$ 410 milhões. Por um lado, o desempenho modesto já era previsto, porque o crescimento de tráfego desacelerou ao longo do período. Por outro, a companhia segue aprimorando sua eficiência de custos, o que pode ajudá-la a atingir a meta de opex sobre receita antes do previsto.
A carteira de pedidos (backlog) de Capexv (investimento) para novos projetos ficou maior do que o projetado pelo banco, enquanto a dívida na holding pode manter a carga tributária elevada e pressionar os lucros. O backlog contratual de investimentos avançou de R$ 34,6 bilhões no primeiro trimestre para R$ 45,1 bilhões no segundo. A única surpresa para o Citi foram os aportes da PRVias, R$ 1 bilhão acima do capex previsto para o empreendimento.
“É bom ver a empresa intensificando a implementação de capex, mas acreditamos que a intensificação precisa ser muito maior no segundo semestre de 2025, se considerada a orientação de capex para o ano todo – potencialmente colocando mais pressão do que o esperado sobre a alavancagem”, afirma o analista Filipe Nielsen.
A receita líquida pro forma de R$ 3,80 bilhões veio em linha com o projetado, assim como o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado pro forma. Já o resultado financeiro superou as expectativas.
A alavancagem encerrou o trimestre com múltiplo de 3,6 vezes a dívida líquida sobre Ebitda ajustado, também em linha com o que se estimava. “A conversão de caixa do capital de giro ajudou o resultado, mesmo que o Ebitda tenha vindo abaixo da nossa estimativa”, afirma o analista.
O Citi mantém recomendação de compra para as ações daMotiva (MOTV3). O preço-alvo é de R$ 15,20, o que implica potencial de valorização de 23,1% ante o último fechamento.