Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, acredita que será necessário retomar o debate sobre títulos atualmente isentos de Imposto de Renda (IR), como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócios (CRAs).
“Não faz o menor sentido ter isenção para títulos de curto prazo”, disse, durante o Seminário Internacional Acrefi de Crédito (SIAC), realizado nesta segunda-feira (17) em São Paulo. Almeida reconheceu, no entanto, que esses títulos contribuíram para o crescimento do mercado de capitais.
Durante o evento, o economista-chefe do BTG também comentou sobre os recentes recordes alcançados pelo Ibovespa. Na última semana, o principal índice da B3 chegou a superar o patamar histórico de 158 mil pontos.
“A valorização da Bolsa não tem nada a ver com Brasil”, disse Almeida, acrescentando que, internamente, as dúvidas fiscais atuais são as mesmas de anos atrás.
Segundo ele, a política tarifária aplicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assustou investidores, que começaram a diversificar suas carteiras, transferindo recursos para outros países. Esse fluxo estrangeiro, afirma, foi o principal responsável por impulsionar o preço das ações brasileiras, mesmo com a Selic estacionada em 15% ao ano.
O economista prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve iniciar o ciclo de corte de juros apenas em 2026. Para ele, a taxa deve permanecer elevada ao longo do próximo ano, com impacto direto sobre o crédito e os investimentos.