Entra em vigor nesta terça-feira (1º) o novo salário mínimo paulista. O reajuste faz parte da lei 18.153/2025, sancionada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em 2 de junho deste ano, e aumenta o valor mínimo salarial dos trabalhadores paulistanos de R$ 1.640,00 (2024) para R$ 1.804,00 — um aumento de 10% no ano e 5% maior do que a inflação atual. Ao todo, 76 profissionais de diversas categorias têm direito ao aumento.
O salário mínimo federal também teve reajuste nos últimos tempos. De 2024 para cá, o valor mínimo aumentou de R$ 1.412,00 para R$ 1.518,00, um acréscimo de R$ 160 no período. O salário federal é usado como uma base para o governo estadual, e cada Estado brasileiro pode decidir o valor do seu próprio salário mínimo, contanto que não fique abaixo do piso federal.
O salário de São Paulo não só fica 18,8% acima do salário federal, como também teve um crescimento de 40,5% ante uma inflação de 15,1% nos últimos três anos, de acordo com a Agência de Notícias do Governo do Estado de São Paulo.
O novo valor contempla, no total, 76 categorias de profissionais que não possuem piso salarial fixo, como afirmado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Além disso, durante a tramitação do projeto aprovado em 13 de maio, o parlamento acrescentou entre os profissionais abrangidos pelo mínimo de SP os cuidadores de pessoas com deficiência. Veja se você faz parte da lista:
Trabalhadores domésticos
Cuidadores de idosos
Serventes
Trabalhadores agropecuários e florestais
Pescadores
Contínuos
Mensageiros
Trabalhadores de serviços de limpeza e conservação
Trabalhadores de serviços de manutenção de áreas verdes e de logradouros públicos
Auxiliares de serviços gerais de escritório
Empregados não especializados do comércio, da indústria e de serviços administrativos
Cumins
Barboys
Lavadeiros
Ascensoristas
Motoboys
Trabalhadores de movimentação e manipulação de mercadorias e materiais
Trabalhadores não especializados de minas e pedreiras
Operadores de máquinas e implementos agrícolas e florestais
Operadores de máquinas da construção civil
Operadores de máquinas de mineração
Operadores de máquinas de cortar e lavrar madeira
Classificadores de correspondência e carteiros
Tintureiros
Barbeiros
Cabeleireiros
Manicures e pedicures
Dedetizadores
Vendedores
Trabalhadores de costura
Estofadores
Pedreiros
Trabalhadores de preparação de alimentos e bebidas
Trabalhadores de fabricação e confecção de papel e papelão
Trabalhadores em serviços de proteção e segurança pessoal e patrimonial
Trabalhadores de serviços de turismo e hospedagem
Garçons
Cobradores de transportes coletivos
Barmen
Pintores
Encanadores
Soldadores
Chapeadores
Montadores de estruturas metálicas
Vidreiros
Ceramistas
Fiandeiros
Tecelões
Tingidores
Trabalhadores de curtimento
Joalheiros
Ourives
Operadores de máquinas de escritório
Datilógrafos
Digitadores
Telefonistas
Operadores de telefone e de telemarketing
Atendentes e comissários de serviços de transporte de passageiros
Trabalhadores de redes de energia e de telecomunicações
Mestres e contramestres
Marceneiros
Trabalhadores em usinagem de metais
Ajustadores mecânicos
Montadores de máquinas
Operadores de instalações de processamento químico
Supervisores de produção e manutenção industrial
Administradores agropecuários e florestais
Trabalhadores de serviços de higiene e saúde
Chefes de serviços de transportes e de comunicações
Supervisores de compras e de vendas
Agentes técnicos em vendas
Representantes comerciais
Operadores de estação de rádio
Operadores de estação de televisão
Operadores de equipamentos de sonorização
Operadores de projeção cinematográfica
Viver com o salário mínimo em São Paulo é possível?
Será necessário fazer escolhas rígidas para conseguir pagar as despesas essenciais. Em relação à habitação, o valor de R$ 1.518,00 só permite o aluguel de imóveis menores, como repúblicas ou kitnets em bairros afastados do centro. Dividir despesas com colegas de quarto é uma prática comum para equilibrar o orçamento.
A alimentação consome grande parte da renda. A cesta básica paulistana custa em média R$ 852,00, segundo dados de janeiro de 2025 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Isso significa que, só com alimentos básicos, mais da metade do salário já estaria comprometido. Para economizar, muitos recorrem a feiras livres, compras no atacado e planejamento de refeições.
No item transporte, o gasto também pesa. Uma passagem comum de ônibus custa R$ 5,00. Quem trabalha 22 dias por mês e faz ida e volta diariamente gasta cerca de R$ 220,00. Para quem utiliza metrô e ônibus, o valor por viagem sobe para R$ 8,90, mas há passes mensais que podem compensar: aproximadamente R$ 243,00 para ônibus e R$ 392,00 para a integração ônibus e metrô.