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- O Nubank anunciou lucro líquido de US$ 7,8 milhões no terceiro trimestre de 2022, revertendo prejuízo de US$ 33 milhões do mesmo período de 2021
- Foi o primeiro resultado positivo da holding, que atingiu o chamado 'break even' - o equilíbrio entre receitas e despesas - graças ao aumento de clientes e o uso de mais serviços do banco digital pelos correntistas
- Para o CEO David Vélez, a fintech consegue agora manter pela frente os resultados no azul, mas a meta é continuar investindo muito
O Nubank anunciou lucro líquido de US$ 7,8 milhões no terceiro trimestre de 2022, revertendo prejuízo de US$ 33 milhões do mesmo período de 2021. Foi o primeiro resultado positivo da holding, que atingiu o chamado ‘break even’ – o equilíbrio entre receitas e despesas – graças ao aumento de clientes e o uso de mais serviços do banco digital pelos correntistas, que fizeram o neobanco registrar receita recorde de US$ 1,3 bilhão entre julho e setembro, um salto de 171% em um ano, embora tenha enfrentado aumento da inadimplência na carteira de crédito.
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A operação brasileira do Nubank já havia dado lucro de US$ 13 milhões no segundo trimestre, mas a
holding, que engloba todos os negócios, incluindo as subsidiárias no México e na Colômbia, ainda operava no vermelho.
“É o primeiro trimestre em nossa história que conseguimos mostra lucro positivo em nossa holding”, disse ao Broadcast David Vélez, fundador e CEO do Nubank. “O banco mostrou um crescimento significativo com uma boa mistura de expansão com rentabilidade e aumento das margens.” Para o executivo, a fintech consegue agora manter pela frente os resultados no azul, mas a meta é continuar investindo muito.
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A carteira de crédito cresceu 83%, para US$ 9,7 bilhões. O Nubank fechou setembro com ativos totais de US$ 26 bilhões e patrimônio líquido de US$ 4,8 bilhões.
A base de clientes cresceu em 5,1 milhões de pessoas e chegou ao total de 70,4 milhões no Brasil, México e Colômbia. Foi um crescimento de 46% na comparação anual. O mercado brasileiro concentra a grande maioria desse público, com 66,9 milhões. “O número de clientes continua se acelerando”, disse Vélez.
O índice de ativação, ou seja, de clientes que usam efetivamente algum serviço do Nubank ficou em 82%, de acordo com o balanço. A receita média por cliente ativo (ARPAC na sigla em inglês) aumentou para US$ 7,9, um crescimento de 61% na comparação anual e descontando o efeito do câmbio.
Segundo Vélez, a melhora reflete o aumento da base de clientes e o engajamento das pessoas em usar mais os produtos do banco. O Nu, como o executivo chama o banco, se tornou o banco principal para mais de 55% dos clientes que estão há mais de um ano na casa. O custo médio mensal de atendimento por cliente ativo permaneceu em US$ 0,80.
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Separado por produtos e serviços do Nubank, a fintech chegou a 32 milhões de cartões de crédito, 50
milhões de contas correntes e 5 milhões de empréstimos pessoais. O NuInvest, voltado para investimentos, chegou a 6 milhões de clientes ativos, enquanto a NuCripto registrou a marca de 1,3 milhão de clientes ativos desde seu lançamento em julho. Na pessoa jurídica, o total chegou a 2,3 milhões.
Capitalizado desde que abriu o capital no final de 2021, o Nubank segue com excesso de liquidez. Em 30 de setembro, a companhia tinha uma carteira com juros de US$ 3,5 bilhões, enquanto os depósitos totais eram quatro vezes esse valor em US$14 bilhões. Assim, o capital ajustado que representa quatro vezes o capital mínimo exigido pela regulamentação nos países em que opera.
No terceiro trimestre deste ano, a inadimplência atingia 4,7% da carteira de crédito do Nubank, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, de acordo com balanço divulgado pela fintech nesta segunda-feira. O índice é 1,5 ponto porcentual maior que o registrado no mesmo período do ano passado, e 0,6 ponto maior que o do segundo trimestre deste ano.
Segundo o Nubank, dois fatores explicam o aumento da inadimplência. O primeiro, mais técnico, é um
efeito denominador: com a desaceleração das concessões de crédito pessoal, houve um crescimento menor na originação de crédito, e consequentemente, na carteira da fintech. Isso reduz o número que é utilizado para calcular o índice.
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Outro fator que pesou foi a deterioração das condições de crédito ao longo do trimestre. Os grandes bancos brasileiros tiveram um crescimento na inadimplência, concentrado justamente em produtos como o cartão de crédito e as linhas pessoais, que são o carro-chefe do Nubank no crédito. A piora se deu diante da inflação persistente e dos juros altos, que reduziram a capacidade de pagamento das pessoas físicas.
A inadimplência antecedente, que mede os atrasos entre 15 e 90 dias, foi de 4,2% no terceiro trimestre
deste ano, contra 3,7% no segundo trimestre e 2,3% no mesmo intervalo do ano passado.
A partir do segundo trimestre deste ano, o Nubank alterou a metodologia de baixa de créditos em atraso, para alinhar suas práticas às orientações do IFRS. A baixa de empréstimos pessoais foi antecipada de mais de 360 dias para mais de 120 dias, e em cartões, permaneceu em 360 dias. À época, a fintech afirmou que a mudança reduzia os índices de inadimplência acima de 90 dias, mas aumentava o número entre 15 e 90 dias.