A O3 Capital, gestora que nasceu dentro do family office do empresário Abilio Diniz, está com a carteira de renda variável bastante comprada (apostando na alta) em Bolsa brasileira, dada a avaliação de um cenário positivo para o País. No exterior, há otimismo também com as bolsas americanas.
“Gostamos de [ações] cíclicas domésticas, pois com a queda de taxa de juros acreditamos que vão se beneficiar muito, com menos despesas financeiras e expansão de múltiplo”, disse Daniel Mathias, diretor de investimentos (CIO, na sigla em inglês) da O3, ao Broadcast Investimentos. A gestora participa do Smart Summit, evento promovido pela InvestSmart.
Mathias também avalia que não deve haver uma recessão nos Estados Unidos, mas sim um crescimento econômico alinhado a uma inflação em processo de convergência e um banco central começando a ficar disposto a cortar juros. “É um bom cenário para a bolsa. Fora o fato de que são as melhores empresas do mundo”, diz.
Já na Europa há posições aplicadas (apostando na queda) em juros e vendidas em euro, uma vez que a gestora observa a economia da região “muito fraca”. A fraqueza também é observada na China, “sem muita condição de dar estímulos econômicos”, então há posição vendida na moeda chinesa.
Na estratégia multimercado, também há posições aplicadas em juro doméstico. Segundo Mathias, embora a Selic terminal esteja precificada perto de 9,5%, o valor deve ser “bem abaixo disso” e que há inclusive espaço para uma aceleração no ritmo de cortes pelo Banco Central mais adiante, conforme outros bancos centrais do mundo comecem a cortar juros.
Em relação ao câmbio, a O3 também está otimista com o real, em vista do resultado da balança comercial e por o Brasil ser o “resta um” dos mercados emergentes, diz Mathias. “O Brasil é um candidato importante ao fluxo de estrangeiros.”
A gestora abriu para captação em 2021, com um produto multimercado, o O3 Retorno Global. No ano passado, mais duas estratégias foram abertas: um fundo de renda fixa ativo – com títulos públicos e operações de arbitragem de curva de juros e prazo de resgate D+1 – um fundo de renda variável long and short, a partir da chegada da gestora Priscila Araújo. Em breve, a gestora deve abrir as versões de previdência desses fundos, adiantou Mathias.
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Atualmente, a O3 possui um total de R$ 1,6 bilhão sob gestão.