Os credores financeiros da Oi (OIBR3) se tornarão os novos donos da companhia com uma fatia que pode chegar até 80% do capital social, segundo publicou o Broadcast. A reestruturação acionária faz parte do novo plano de recuperação judicial, que prevê a conversão de dívidas em ações. Para os atuais acionistas, a participação será diluída até chegar a 20%.
Rodrigo Abreu, presidente da Oi, afirmou, durante teleconferência com investidores e analistas, que essa conversão da dívida financeira em equity (capital social) é um “passo crítico para reduzir alavancagem” da empresa.
“Ao se fazer isso (conversão de dívida em ações), tem um resultado equivalente a um aumento de capital que reduz a dívida financeira”, explicou Abreu. “A diluição, que em teoria é alta, de 80%, se faz necessária pela conversão de um volume de dívida muitas vezes superior ao valor de mercado da companhia”, disse.
A companhia está em sua segunda recuperação judicial, desde que a Justiça aceitou o pedido no dia 16 de março. Segundo Abreu, esse tipo de medida – de transformar dívida em ações – é muito adotada em processos de recuperação envolvendo dívidas de valores elevados. Sobre os termos e porcentuais da conversão, o executivo disse que as decisões foram discutidos com o grupo dos maiores credores financeiros.
Para quem a Oi (OIBR3) deve?
A Oi tem uma dívida financeira de R$ 29,7 bilhões que envolve um total de 14 grandes credores. Já o valor de mercado da companhia de telecomunicações, segundo o Broadcast, é de cerca de R$ 730 milhões.
Em ordem, o maior credor individual da Oi é o Bank of New York Mellon, com R$ 9,036 bilhões em valores atualizados em reais até 31 de dezembro de 2022. A dívida original é em dólar e tem vencimento para julho de 2025. O banco atua como um truste, ou seja, entidade que administra os créditos de um conjunto de investidores de títulos (bonds) emitidos pela Oi.
Na sequência, o segundo maior credor é a GDC Partners, com duas operações que somam R$ 8,257 bilhões. A GDC é o agente fiduciário de emissões de cédulas de crédito bancário (CCBs) e debêntures da Oi.
O maior credor local é o Itaú BBA, com R$ 2,033 bilhões. Os outros são: Banco do Nordeste (R$ 156 milhões), Banco da Amazônia (R$ 100 milhões), Bradesco (R$ 34 milhões), Santander (R$ 2,2 milhões), ABC Brasil (R$ 2,5 milhões).