Suspensão de falência faz ações da Oi dispararem na Bolsa; entenda
Papel volta a ser negociado após decisão do TJRJ que reverteu o decreto de falência; gestão foi afastada e empresa retorna ao regime de recuperação judicial
Ações da Oi (OIBR3) disparam mais de 60% após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspender o decreto de falência e devolver a empresa ao regime de recuperação judicial. (Imagem: Adobe Stock)
As ações preferenciais da Oi (OIBR4) lideram, com folga, os ganhos desta sexta-feira (14) na B3 e são negociadas a R$ 3,89, em alta superior a 60% por volta das 16h15 (de Brasília). A alta ocorre após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro suspender o decreto de falência da empresa, publicado na segunda-feira (10).
A reversão foi assinada de forma monocrática pela desembargadora Mônica Maria Costa e devolve a companhia ao regime de recuperação judicial. A decisão desbloqueia a negociação do papel, interrompida após a sentença da 7ª Vara Empresarial do Rio reconhecer a “inviabilidade comercial” da companhia.
A reversão, assinada monocraticamente pela desembargadora Mônica Maria Costa, atendeu a recursos apresentados por credores como Itaú Unibanco e Bradesco. Para o TJRJ, a liquidação imediata reduziria o valor potencial de recuperação, além de ameaçar a continuidade de serviços considerados essenciais, incluindo contratos governamentais e suporte a sistemas críticos de telecomunicação.
A empresa retorna ao regime de recuperação judicial, mas com mudança relevante de governança: a decisão determinou o afastamento da diretoria e do conselho de administração de todas as empresas do grupo, incluindo Serede e Tahto. A nova fase será conduzida sob administração judicial reforçada, com o plano já homologado devendo ser executado de forma imediata.
A decisão reacende a trajetória instável da companhia no mercado acionário e no sistema judicial. A Oi acumula um dos processos de reestruturação mais longos do país: entrou em recuperação judicial pela primeira vez em 2016, com dívida estimada em cerca de R$ 65 bilhões, o maior pedido do tipo até então.
Mesmo com o alívio no curto prazo, analistas alertam que o risco permanece elevado para o investidor. Com dívida residual próxima a R$ 30 bilhões e histórico de descumprimento de obrigações, a perspectiva para acionistas segue limitada, já que, pela lei, eles são os últimos na ordem de prioridade de pagamento.
As ações ordinárias da companhia ,OIBR3, também acompanham o movimento, com avanço de 11,11% por volta das 16h15 e preço de R$ 0,21.