Mais uma vez, as ações da Oi (OIBR3; OIBR4) lideram, com folga, as quedas do mercado, com uma derrocada de quase 80% só em novembro. Os papéis atingiram nesta segunda-feira (24) uma nova mínima histórica. Às 17h35 (de Brasília), OIBR3 despencava 44,44%, a R$ 0,05, enquanto OIBR4 caía 31,10%, a R$ 1,75, ocupando o primeiro e o segundo lugar entre as maiores baixas da B3. A liquidez é mínima, com pouco mais de 4 mil negócios somando ON e PN.
A companhia chegou a essa situação após anos de dificuldades financeiras. A empresa acumula dívidas bilionárias, perdeu escala após vender a operação móvel para concorrentes e nunca conseguiu recompor receita a ponto de equilibrar o caixa. Mesmo depois da primeira recuperação judicial, encerrada em 2018, a Oi voltou a entrar em colapso: pediu novo processo de RJ em 2023, alegando incapacidade de cumprir o plano anterior. Desde então, resultados negativos, queda de faturamento e disputas regulatórias com a Anatel minaram qualquer expectativa de reviravolta.
A crise se agravou no início de novembro, quando a Justiça do Rio decretou a falência da companhia. A ordem foi suspensa no dia 14, após pedidos de Itaú e Bradesco, reabrindo a recuperação judicial, mas sem restaurar a confiança do mercado. Para analistas, a empresa hoje está em um processo de liquidação gradual, sem perspectiva operacional.
Como resume Hugo Queiroz, sócio da L4 Capital:
“Essa RJ é só para pagar credor. A empresa não tem sobrevida.”