Opep: capacidade de produção de petróleo está abaixo dos padrões

Por Wesley Sousa

17/08/2022 | 9:19 Atualização: 17/08/2022 | 9:19

Desde a década de 1970, a Opep regulou o preço do petróleo no mundo por meio do controle da oferta da matéria-prima. (Fonte: Maxx Studio/Shutterstock)

(Gabriel Caldeira, Estadão Conteúdo) – O secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Haitham Al Ghais, justificou o baixo incremento de 100 mil barris por dia (bpd) nos planos para a oferta do cartel em setembro ao citar a fraca capacidade ociosa do mercado atualmente, em entrevista à Bloomberg TV nesta quarta-feira.

“Estamos correndo em gelo fino”, afirmou Al Ghais, que vê a capacidade ociosa da Opep e de seus aliados em torno de 2 a 3 milhões de bpd, abaixo do padrão histórico. Em face disso, o grupo preferiu não esgotar completamente sua capacidade produtiva, de forma a não deixar o mercado de petróleo sem qualquer garantia de segurança, disse.

Quanto à demanda global, Al Ghais afirmou que a Opep segue otimista. Não só a China deve aumentar seu consumo em breve, como também a Europa, diante da mudança nos suprimentos de gás natural para o óleo, avaliou o secretário-geral. Segundo ele, a demanda por combustível para aviões também não se recuperou completamente.

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Com esta perspectiva em mente, Al Ghais afirmou que o mercado deve enfrentar um aperto ainda mais intenso em breve, o que ressalta a “importância” dos investimentos em combustíveis fósseis, na sua visão.

Ele também argumentou que o mercado pode suportar o retorno da oferta de petróleo do Irã, um “fornecedor responsável”, segundo Al Ghais. O país negocia com os EUA e a União Europeia (UE) a retomada do acordo nuclear de 2015, que abriria caminho para a volta do suprimento global de óleo iraniano.

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