Ouro fecha estável durante a paralisação mais longa da história do governo dos Estados Unidos
Após oscilar acima dos US$ 4 mil, o metal precioso terminou o pregão praticamente estável, em meio ao avanço das apostas em corte de juros pelo Federal Reserve
O ouro fechou em leve queda de 0,04%, a US$ 3.991 por onça, com investidores reagindo ao aumento de 175% nas demissões nos EUA e à incerteza sobre a política monetária do Fed. (Imagem: Adobe Stock)
O ouro fechou perto da estabilidade nesta quinta-feira (6), com investidores acompanhando os desdobramentos do shutdown mais longo da história dos EUA, bem como informações de que empresas americanas anunciaram mais de 153 mil demissões em outubro, o que aumentou as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro.
Mais cedo, o metal dourado chegou a avançar acima dos US$ 4.000, enquanto traders assimilavam o impacto dos últimos dados do mercado de trabalho dos EUA para a perspectiva de política do Fed.
“Com a reunião final do Fed de 2025 se aproximando e a paralisação do governo dos EUA atrasando dados importantes, os mercados enfrentam uma incerteza ampliada sobre a perspectiva econômica e o caminho para mais flexibilização”, diz Soojin Kim, do MUFG.
Em relatório divulgado hoje, a consultoria Challenger, Grey & Christmas informou que empresas sediadas nos EUA anunciaram o maior número de demissões desde 2003 e uma alta de 175% em relação a outubro de 2024. O principal dado federal de emprego do país, o payroll, não deve ser divulgado novamente amanhã em meio ao shutdown.
Ainda nesta tarde, a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, demonstrou cautela e disse não ter certeza se a política monetária deve ser alterada no momento. Já o diretor do BC Michael Barr avaliou que o trabalho “ainda não terminou”.
Apesar das correções recentes do metal precioso, especialistas acreditam que o ativo tem potencial de valorização nos próximos meses. Cortes mais expressivos nos juros dos EUA até meados de 2026 pressionarão o dólar para baixo e aumentarão a procura pelo metal para proteção, diz Mauriciano Cavalcante, diretor de ouro da corretora Ourominas.
A commodity permanece em alta de 52% este ano, apoiado por compras de bancos centrais, entradas para ETFs e incertezas geopolíticas persistentes.