

Os preços do ouro se recuperaram e encerraram em alta nesta terça-feira (8), após atingirem na véspera o menor nível em quase quatro semanas, pressionados por realização de lucros e cobertura de posições. A retomada foi impulsionada pelo aumento das preocupações com uma guerra comercial global, que reacendeu a busca por ativos de proteção.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do ouro para junho subiu 0,56%, fechando a US$ 2.990,2 por onça-troy, após ter tocado na segunda-feira o menor nível desde 13 de março, segundo dados da Tickmill.
O ressurgimento do medo de recessão e o agravamento das tensões comerciais sustentaram a retomada do ouro, afirma Joseph Dahrieh, da Tickmill. O ouro chegou a atingir a máxima em 3.037,2 por onça-troy durante esta manhã, mas voltou a operar abaixo dos US$ 3.000 após a Casa Branca confirmar que as tarifas de 104% sobre produtos chineses entram em vigor amanhã, segundo reportagem da Fox. Pequim prometeu “lutar até o fim” contra as tarifas e levou a disputa para a Organização Mundial do Comércio (OMC). A Comissão Europeia, por sua vez, deve votar amanhã contramedidas comerciais que entrarão em vigor em 15 de abril.
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Apesar do avanço do dia, o metal precioso ainda acumula queda de 4,2% em uma semana. No entanto, analistas do ING avaliam que qualquer nova correção para baixo deve ser limitada, já que a incerteza comercial e tarifária continua elevando o apelo do ouro como proteção.
Agora, as atenções se voltam para os dados de inflação nos Estados Unidos, com destaque para o índice de preços ao consumidor (CPI), previsto para quinta-feira, e o índice de preços ao produtor (PPI), na sexta. Os números devem oferecer pistas sobre os próximos passos da política monetária americana, em meio à intensificação das tensões comerciais e ao temor de uma recessão global. “Um CPI mais fraco pode reforçar o otimismo em torno de cortes de juros e sustentar os ganhos do ouro”, destaca Dahrieh.
*Com informações da Dow Jones Newswires