A cotação do ouro fechou em alta nesta terça-feira (20), impulsionado pela fraqueza do dólar, após o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moodys. A busca por ativos de proteção voltou ao radar dos investidores, diante da piora fiscal americana e de incertezas geopolíticas.
Na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), o contrato do ouro para entrega em junho subiu 1,58% e fechou a US$ 3.284,6 por onça-troy.
Para James Hyerczyk, analista da FXEmpire, o corte no rating americano enfraqueceu o apelo do dólar como porto seguro e elevou a atratividade do ouro como reserva de valor. O índice DXY – que mede a divisa americana ante seis rivais – já acumula queda de 10,6% desde as máximas de janeiro, enquanto as posições líquidas vendidas na moeda somam US$ 17,32 bilhões. “Com déficits crescentes e incertezas comerciais, investidores estrangeiros, especialmente na Ásia, têm reduzido a exposição ao dólar”, aponta.
Em paralelo, a ligação recente entre o presidente americano Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin não gerou avanços concretos no conflito entre Rússia e Ucrânia. Trump afirmou que as partes devem “iniciar imediatamente negociações por um cessar-fogo”, mas sem um acordo concreto.
As atenções agora se voltam aos próximos discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), que podem sinalizar os rumos da política monetária. O mercado projeta o início dos cortes de juros apenas em setembro deste ano, segundo monitoramento do CME Group. “O viés mais dovish do Fed, somado à fraqueza do dólar e ao quadro fiscal deteriorado, sustenta uma perspectiva altista para o ouro”, avalia Filip Lagaart, da FXStreet.
Do ponto de vista técnico, o metal encontra suporte na média de 50 dias e segue com tendência de alta, desde que o Fed não endureça o tom ou o ouro perca níveis técnicos relevantes, segundo Hyerczyk. Os próximos alvos estão em US$ 3.277,91 e US$ 3.310,48.