O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional destinado (Foto: Adobe Stock)
Os estudantes beneficiados pelo programa Pé-de-Meia agora têm a chance de transformar o auxílio financeiro em algo muito maior do que apenas um alívio no orçamento do mês. Com um pouco de organização e conhecimento, o valor pode se tornar um verdadeiro alicerce para a independência financeira no futuro. Pensando nisso, o Ministério da Educação firmou parceria com a influenciadora Nath Finanças — que trabalha com educação financeira voltada a jovens de baixa renda — para produzir uma série de vídeos educativos. Nessas orientações práticas, a educadora apresenta caminhos para fazer o dinheiro render de forma consciente e segura.
De maneira didática, ela resume a jornada em três estratégias eficazes. Todas são voltadas para quem está começando e precisa de um ponto de partida sólido. A ideia é mostrar que, mesmo com pouco, é possível dar passos consistentes rumo a uma vida financeira mais equilibrada.
1. Planeje e conquiste
A base de qualquer organização financeira é o planejamento. Antes de pensar em aplicar ou investir, é preciso entender para onde o dinheiro está indo. Por isso, Nath destaca a importância de anotar tudo o que se ganha e tudo o que se gasta — desde o lanche na cantina até aquela recarga no celular. Pode ser em um caderno, uma planilha no computador ou até em aplicativos gratuitos como o Organizze, Mobills ou o próprio Google Planilhas.
Além disso, estabelecer metas claras é fundamental. Um exemplo de meta de curto prazo seria economizar R$ 100,00 em três meses para comprar um material escolar ou uma mochila nova. Já uma meta de longo prazo poderia ser guardar R$ 50,00 por mês durante dois anos para ajudar nas despesas do vestibular ou da faculdade. Esse tipo de organização também ajuda a evitar armadilhas como o parcelamento excessivo ou o endividamento com o cartão de crédito.
2. Cuidado! Aposta não é investimento
Nos últimos anos, muitos jovens têm se sentido atraídos por promessas de dinheiro fácil por meio de apostas esportivas e cassinos online. Mas Nath faz um alerta direto: aposta não é investimento. A diferença entre os dois é que o investimento se baseia em análise, conhecimento e estratégia — enquanto a aposta depende apenas da sorte.
Por exemplo, ao aplicar R$ 100,00 no Tesouro Direto, o estudante sabe que aquele dinheiro estará protegido e, com o tempo, renderá juros. Já ao apostar os mesmos R$ 100,00 em um jogo online, ele pode perder tudo em poucos minutos. É como comparar guardar seu dinheiro em um cofre a jogá-lo em uma roleta. Nath recomenda começar com produtos simples e seguros, como o Tesouro Selic, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com liquidez diária ou mesmo uma poupança — que, embora tenha rendimento menor, é um bom começo para quem está aprendendo.
Por fim, Nath reforça que guardar dinheiro, mesmo que pouco, é um hábito poderoso. Criar uma reserva de emergência é essencial para enfrentar imprevistos sem precisar pedir ajuda ou se endividar. Imagine, por exemplo, que o estudante perca o celular ou precise comprar um novo uniforme de última hora. Ter um valor guardado — mesmo que seja R$ 200,00 ou R$ 300,00 — pode fazer toda a diferença nesses momentos.
Com o tempo, essa reserva pode ser ampliada e realocada em investimentos mais estruturados. E a boa notícia é que isso pode ser feito de forma totalmente digital, pelo aplicativo da Caixa Econômica Federal, que permite acesso ao Tesouro Direto e à poupança com poucos cliques, sem complicação.
Além dos R$ 200,00 mensais pagos por frequência escolar, o programa Pé-de-Meia garante um bônus adicional para os estudantes que concluírem o ensino médio com aprovação: são até R$ 9.200 guardados em uma poupança vinculada ao programa. Se bem administrado, esse valor pode servir como capital inicial para uma faculdade, um curso técnico, a compra de equipamentos de trabalho ou mesmo a abertura de um pequeno negócio. Com foco, disciplina e as dicas certas, os recursos do Pé-de-Meia deixam de ser apenas um benefício temporário e se tornam uma verdadeira ponte para a liberdade financeira. É o começo de uma nova relação com o dinheiro — mais consciente, planejada e voltada para o futuro.