O ano de 2023 foi, de novo, um período difícil para os fundos de venture capital (modalidade que visa apoiar empresas em sua fase inicial ou de crescimento), que compram empresas nascentes de tecnologia, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (10) pela Distrito, que monitora esse mercado. No Brasil, esses fundos investiram US$ 1,9 bilhão nas startups, uma queda de 56,8% na comparação com 2022, ano que já havia mostrado desempenho fraco, influenciado pela alta de juros no mundo. Ao todo, foram 455 rodadas de investimento no Brasil em 2023, redução de 51,1%.
Leia também
Os dados agregados da América Latina mostram uma realidade semelhante. As startups da região tiveram aportes de US$ 3,1 bilhões em 2023, bem abaixo dos US$ 7,9 bilhões de 2022. Em número de rodadas, foram 746 na região no ano passado, queda de 48,6% – o menor número desde 2017, de acordo com os dados da Distrito.
O CEO do Distrito, Gustavo Gierun, avalia 2023 como um ano “desafiador”, marcado por ajustes no setor e queda dos negócios, mas vê 2024 com otimismo. O ano já começou com uma rodada da fintech Conta Simples, que levantou R$ 200 milhões e vai usar os recursos para expandir as operações.
Publicidade
Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos
As fintechs foram as que mais atraíram investimentos em 2023, com 136 rodadas em 2023. Em seguida, aparecem as startups dedicadas ao varejo, com 65 rodadas, e saúde, com 54.
A maior concentração de aportes na América Latina em 2023 ocorreu em startups no estágio inicial (Seed), totalizando 581 rodadas, com valor médio de US$ 1,4 milhão. Já o estágio intermediário (Early-Stage), compreendendo Série A e Série B, registrou 140 acordos e um montante total de US$ 12,7 milhões em 2023. Enquanto no estágio avançado (Late-Stage), foram contabilizadas 25 rodadas com um ticket médio de US$ 40 milhões, ainda segundo os dados da Distrito.