O principal índice da bolsa brasileira terminou praticamente estável nesta sexta-feira, à medida que ruídos políticos em torno da Petrobras derrubaram as ações da estatal, o que limitou os efeitos locais de disparada em Wall Street.
Enquanto Petrobras exibiu queda forte, Vale e ações do setor financeiro foram as principais influências positivas ao índice.
O Ibovespa teve variação positiva de 0,05%, a 111.941,68 pontos. Na semana, a alta foi de 3,18%, a maior desde o final de março e a terceira consecutiva no azul. O volume financeiro foi de 23,8 bilhões de reais.
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“Se não fosse o efeito da Petrobras…o Ibovespa não estaria tão descolado do exterior”, diz Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. A ação preferencial da petrolífera estatal é a segunda de maior peso no índice, atrás apenas do papel ordinário de Vale.
As ações da petrolífera caíram diante de declarações de autoridades e notícias nos jornais sobre potenciais trocas na diretoria e no conselho de administração da companhia, além de críticas de autoridades à estatal.
“O mercado não gosta de intervenção de governo. Quando você vê muito barulho de governo” a ação recua, afirma Mikail.
Os principais índices em Wall Street deram tom positivo do dia para as bolsas globais, após desaceleração em 12 meses de indicador de inflação de abril sinalizar para parte do mercado que o pico nos preços nos Estados Unidos pode ter chegado, enquanto dado de gastos ao consumidor mais forte do que o esperado reduziu temores com a economia norte-americana.
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O Nasdaq saltou 3,3%, o S&P 500 avançou 2,5% e o Dow Jones teve alta de 1,8%. Os três índices encerraram suas maiores sequências semanais de baixas em décadas – no caso do Dow, a liquidação de oito semanas foi a maior desde 1932. Resultados positivos de varejistas, dados econômicos e uma ata de política monetária sem surpresas agressivas ajudaram as ações no período.
Os mercados nos EUA estarão fechados na segunda-feira para feriado “Memorial Day”.
Investidores ainda repercutiram a nova pesquisa Datafolha, divulgada na véspera, na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou a vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro nas intenções de voto para a o Palácio do Planalto.
DESTAQUES
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– PETROBRAS PN caiu 4,8% e ON cedeu 4,2%, ainda que o preço do petróleo Brent tenha subido 1,7%. Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro disse que tem “o direito” de propor mudanças no conselho e na diretoria da Petrobras. A fala veio dias após ele indicar novo presidente para a companhia. Além disso, nesta manhã, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou que a estatal não tem nenhum viés estruturante para o país a não ser o pagamento de dividendos. Lira também sugeriu a venda de ações para que a União deixasse de ser sócia majoritária da petrolífera.
– PETRORIO ON aumentou 2,6% e 3R PETROLEUM ON ganhou 1,6%.
– ELETROBRAS PNB subiu 0,6%, após a elétrica publicar o prospecto preliminar da oferta de ações que efetuará sua privatização. A Eletrobras indicou que a operação pode levantar até 35 bilhões de reais e a definição do preço por ação é esperada para 9 de junho.
– VALE ON avançou 1,7% após os contratos futuros do minério de ferro em Dalian e em Cingapura subirem na sessão, com expectativas de potenciais medidas de estímulo adicionais na China. CSN ON teve valorização de 3,1%, em nova sessão sem direção comum para siderúrgicas.
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– VIA ON cedeu 3%, após a varejista registrar seis altas seguidas.
– BRF ON cresceu 4,8%, a quinta sessão de ganhos nas últimas seis. A companhia de alimentos decidiu cortar 25% dos cargos de diretoria, como parte de uma reestruturação, disse uma fonte à Reuters na quinta-feira.
– B3 ON subiu 2,3%, estendendo alta da véspera. Entre os grandes bancos, BRADESCO PN apontou acréscimo de 1,4%, enquanto BANCO DO BRASIL ON diminuiu 1,1%.
– SIMPAR ON, que não faz parte do Ibovespa, saltou 7,6%, após a empresa anunciar projeção de receita bruta consolidada de 35 bilhões de reais em 2024. VAMOS ON, controlada da Simpar que também não compõe o Ibovespa, valorizou-se 2,9%, depois de projetar frota de 100 mil ativos até 2025. A Simpar promoveu nesta sexta-feira encontro com investidores e analistas.
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