

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) afundaram na Bolsa brasileira nesta quinta-feira (27) após a empresa reportar um balanço muito abaixo do esperado no quarto trimestre de 2024. A petroleira teve prejuízo de R$ 17 bilhões no período, revertendo o lucro de R$ 31 bilhões registrado no mesmo intervalo de 2023.
As ações PETR3 caíram 5,56%, enquanto os papéis PETR4 recuaram 3,53%. Ao todo, a petroleira perdeu R$ 24,48 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira, de acordo com dados de Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria.
O BTG Pactual acredita que uma “bandeira amarela” foi levantada, mas ressalta que “momentos de pânico” frequentemente geraram boas oportunidades de compra para os papéis da petroleira. “Nos últimos anos, episódios de pânico excessivo em torno de trocas de CEO, políticas de preços de combustíveis e riscos de fusões e aquisições frequentemente criaram oportunidades atraentes para comprar a ação”, afirmam os analistas Luiz Carvalho, Pedro Soares e Henrique Pérez em relatório.
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Dado o histórico de interferência política na Petrobras, o BTG não espera que os investidores ignorem os riscos que uma decisão inesperada pode representar para a estratégia de alocação de capital da companhia daqui para frente. “No atual ambiente de alto custo de capital, reconhecemos que isso levanta um sinal de alerta. No entanto, nossa visão otimista sobre a Petrobras também se baseia na crença de que mudanças drásticas na trajetória da empresa são improváveis”, destaca o banco, que mantém recomendação de compra para as ações.
Dividendos da Petrobras geram preocupações
Um dos pontos de atenção no balanço é o capex (despesas de capital) da petroleira, que atingiu US$ 5,7 bilhões no último quarto trimestre, totalizando investimentos de US$ 16,6 bilhões em 2024, um valor 19% acima da projeção de US$ 14 bilhões do BTG.
Com esse resultado, o banco espera que os investidores fiquem cada vez mais céticos quanto ao potencial de dividendos da Petrobras no curto prazo, o que pode explicar a reação negativa das ações nesta sessão de negociação.
Com o capex de US$ 5,7 bilhões, a fórmula da Petrobras para distribuição de dividendos (fluxo de caixa operacional menos capex) resultou em um fluxo de caixa livre de US$ 3,8 bilhões, levando a um pagamento de dividendos de apenas US$ 1,6 bilhão.
“Esse valor ficou bem abaixo do consenso de mercado, que esperava US$ 2,6 bilhões, e até mesmo da estimativa mais baixa, de US$ 2 bilhões, destacando que a decisão de acelerar os investimentos pegou o mercado de surpresa. Ainda assim, a distribuição de dividendos mais as recompras da Petrobras totalizaram cerca de US$ 14 bilhões para os resultados de 2024, com um dividend yield (rendimento de dividendos) de 16% sobre o valor de mercado atual”, diz o BTG.
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