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- Petrobras (PETR4) e trabalhadores continuam sem chegar a um acordo sobre os reajustes salariais para este ano. A estatal informou que a nova proposta deve oferecer 1% de ganhos reais, contra os 3% pedidos pela categoria.
- A companhia prorrogou pela segunda vez o prazo para o fechamento do acordo coletivo, para que os sindicatos realizem assembleias ao longo das próximas semanas.
- O indicativo dos sindicatos para as assembleias, porém, é de rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa.
A Petrobras (PETR4) prorrogou pela segunda vez o prazo para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho deste ano (ACT 2023), para que as entidades sindicais que representam os empregados realizem assembleias ao longo das próximas semanas, informou a estatal ao Broadcast. O indicativo dos sindicatos para as assembleias é de rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa, que oferece ganho real de 1%, já antecipado, contra os 3% pedidos pela categoria.
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A Petrobras informou ao Broadcast que apresentou nova proposta de ACT, que prevê reposição do IPCA (4,66%) dos 12 meses (setembro de 2022 e agosto de 2023), além de 1% de ganho real para os trabalhadores. Segundo a companhia, a proposta contempla, entre outros avanços, melhorias no exame periódico dos empregados, em benefícios educacionais, e as concessões de licença maternidade por 120 dias às mães não gestantes, licença paternidade de até 30 dias consecutivos e auxílio cuidador para empregados com deficiência.
“A companhia acredita que o diálogo e a boa-fé negocial entre empresa, empregados e seus representantes são o melhor caminho para a construção de relações trabalhistas transparentes, respeitosas e sustentáveis”, disse em nota após ser questionada. “A companhia está focada em valorizar as pessoas, aprimorar o bem-estar no ambiente de trabalho e promover avanços em relação ao último acordo vigente até agosto de 2023, ao mesmo tempo em que preserva a sustentabilidade financeira da Petrobras no longo prazo”, acrescentou.
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Paradas
Os petroleiros reivindicam 3,8% de reposição das perdas passadas e equiparação entre as tabelas salariais da Petrobras e das subsidiárias. Também querem mudanças no plano de saúde e previdência, alterados na gestão anterior, e o cumprimento do termo de compromisso apresentado à Petrobras no início de outubro, cobrando um programa ‘volta pra casa’ para os trabalhadores que foram transferidos compulsoriamente e o tratamento e acompanhamento dos casos mais graves de sofrimento mental, com tratamento psiquiátrico e psicológico custeado integralmente pela empresa.
Para avaliar a contraproposta da Petrobras, a Federação Única dos Petroleiros (Fup) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) vão realizar assembleias até o dia 26 de outubro, seguidas de paralisações por segmentos, envolvendo todos os trabalhadores da Petrobras no País, sendo dia 27 no refino e UTEs, (usinas termelétricas); dia 30 nas subsidiárias; 31 nas unidades administrativas; e 1o de novembro no segmento de exploração e produção.
“Em paralelo, será enviado documento conjunto para a Petrobras e subsidiárias, solicitando a prorrogação do ACT, até que seja pactuado um novo acordo”, informou a Fup em nota.
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Para o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar, “a reconstrução do Sistema Petrobras passa necessariamente pela valorização dos petroleiros e pela humanização das relações de trabalho”, disse em nota, referindo-se ao esvaziamento que começou a ser feito na empresa no governo anterior, que pretendia privatizar a Petrobras e vendeu inúmeros ativos, deslocando e demitindo pessoal, e reduzindo sinergias entre as unidades da companhia.